quarta-feira, 30 de março de 2005

Depois do show, a viagem

Sexta-feira santa de manhã: mal tinha chegado do show, entrei no ICQ por não conseguir dormir. Vai entender porque meus pais e minha sobrinha de 6 anos já estavam em atividade frenética pela casa! Cruzo com meu companheiro-mor de tecladas:

korn: Essa cidade é o erro. Não sei o que farei de bom nessed dias, só tenho certeza de que não ficarei na net.

Wally: Você deveria ter vindo pro Rio...

korn: Por que sou sempre eu que tenho que ir ao Rio? Por que você nunca vem pra cá?

Wally: Mas agora já é tarde...

korn: Você não teria vindo antes por causa do Los Hermanos, mas ainda restam 3 dias para o feriado acabar...

Wally: Hummm... Então ta: vou ligar pra rodoviária e depois arrumar a mala.

korn: Êba!!

Foi assim que de repente fui parar em são José dos Campos. Adoro essa capacidade que adquiri de uns tempos pra cá de parar de ter medo para fazer tranquilamente e sem muito planejar as coisas que me dão vontade. Sempre é mais legal. Talvez até os meus familiares já estejam acostumados com tal atitude, pois não ficaram tão assustados quanto ficariam há alguns meses.

E cheguei, e larguei as malas em sua casa, e fui com ele andar pela cidade de Trezentos, e vivenciei o que um carro 4x4 é capaz de fazer (histeria), e dirigi o mesmo (barberagem), e jantei comida mexicana sem ter crise de gases (alívio), e fui à única boate gay do local (medo), e enchi a cara (prazer em ver que a cerveja é mais barata), e fiquei conversando no sofá (cabeça rodando), tomando caldinho (boomm), olhando a lua (linda). Tipo assim:

Wally: bláblábláblábláblábláblábláblábláblábláblábláblábláblá!!!

korn:

Wally: Você está dormindo?

korn: Não, pode falar que eu te escuto.

Wally: bláblábláblábláblábláblábláblábláblábláblábláblábláblá!!!

korn:

Wally: Você está dormindo?

korn: Não, pode falar que eu te escuto.

Wally: bláblábláblábláblábláblábláblábláblábláblábláblábláblá!!!

korn:

Wally: Você está dormindo?

korn: Não, mas, ai, acho que vou dormir agora...

Wally: Ok… ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ (roncos)…

korn: ?!

terça-feira, 29 de março de 2005

Pessoas

Há pessoas que não passam imunes por nossas vidas. Aquelas com quem ficamos extremamente confortáveis e que nos fazem sentir um misto de afeição, carinho, tesão, vergonha e um monte de outras coisas mais.

No que é banal e vulgar, eu me jogo sem medo. O descaramento toma conta de mim.

Com o que é lindo e delicado, eu me atrapalho. E sou cheio de pudores, com medo de profanar o precioso.

Somos uns erradíssimos no mundo.

E espero muito rir disso tudo daqui a um ano.

Há pessoas que não passam imunes por nossas vidas. Aquelas que causam um misto de alegria e sofrimento. Em todo o caos emocional que geram, a única certeza que podemos ter é que gostaríamos sempre de tê-las por perto porque, seja com o rótulo que for (amizade, paixão platônica, namoro), o relacionamento que estabelecemos com elas é:

Puro,

Honesto,

Divertido,

Especial...

segunda-feira, 28 de março de 2005

\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/

Quando comentei da expectativa para o show do Los Hermanos, o korn me perguntou qual seria a graça de uma apresentação ao vivo de banda.

E eu pensei nisso o tempo todo enquanto voltava para casa, já de manhã (porque eu moro mal), rouco, acabado, entre molhado de chuva e suor, porém FELIZ DA VIDA!



Juntei-me a três companhias perfeitas para a tietagem fascinante que essa banda desperta: não cantamos as canções, esgoelamo-las (isso existe?), assim como toda a platéia. E tal energia louca, apavorante e ma-ra-vi-lho-sa me deixou alucinado. Devo ter dado cotoveladas nos outros, com certeza derrubei a maconha do cara que estava atrás de mim, tenho lá minhas dúvidas se alguém distinguiu minha voz grave-e-horrorosa dentre a multidão que gritava, mas, FODA-SE!



Foi tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuudddooooooooooo viver esse momento e não há palavras mais ricas que possam dar conta de descrever de melhor forma as coisas que senti.

Algo assim foi o que respondi ao meu amigo questionador em torpedo de celular. E ele entendeu e sorriu. Não mais que eu, é claro.

Ana Paula, Betão, Pat... Foi tão bom tê-los comigo por lá!



Ai, estou sendo muito piegas? Acho que é hora de parar!

E vou cantando aqui comigo

Quem é mais sentimental do que eu?

Ai, ai...

quarta-feira, 23 de março de 2005

Verbalizando. Ou não

Às vezes penso no poder que tem verbalizar certas coisas. É estranho isso. Há certos sentimentos (tesões, antipatias, paixonites, incômodos) que parecem tomar uma proporção maior a partir do momento em que a gente toma coragem e fala deles.

Tipo uma mulher lá do trabalho sobre quem já até escrevi aqui. Sempre tive uma certa reserva com relação a ela, mas a partir do momento em que encontrei algumas pessoas que compartilhavam da minha opinião e pude tocar no assunto, ferrou tudo: o que era uma antipatia passou a ser repugnância...

Acredito que conversar com amigos sobre as coisas que sentimos por algumas pessoas pode ser bacana até certo ponto, pois existem horas em que é preciso calar e deixar a poeira sentar por si só. Afinal, se a minha teoria está mesmo certa, investir nesses temas só intensifica o incômodo, o sofrimento ou o que for que a afeição, o tesão, a antipatia ou a reserva que nutrimos pelos outros nos causam.

Ando pensando e percebi que há certos assuntos sobre os quais prefiro evitar falar sobre.

Nada radical porque sou geminiano e não dá pra exigir muitas decisões definitivas de alguém meio maluco como eu.

Enfim...

Mudando de assunto...

Comecei a dissertação hoje. Escrevi dois parágrafos. Na verdade, não fechei ainda o último, mas UM COMEÇO É UM COMEÇO! VAMOS PENSAR POSITIVO!

Estou, também, contando os dias para o show do Los Hermanos (Ou Loser Manos na interpretação do Mutatches. E não é que ele tem razão? Deve ser por isso que gosto deles...). Fico aqui pensando em todas as coisas lindas que quero dizer para meu futuro marido: Rodrigo Amarante. Vai ser lindo!

:-)

E vou dormir agora ao som do Ventura, numa espécie de curso intensivo para cantar todas as letras junto deles! Adoro esse disco!

E fico pensando que isso talvez sirva pra mim:

De onde vem a calma?
(Marcelo Camelo)

De onde vem a calma daquele cara ?
Ele não sabe ser melhor, viu?
Como não entende de ser valente
ele não saber ser mais viril
Ele não sabe não, viu?
Às vezes dá como um frio
É o mundo que anda hostil
O mundo todo é hostil

De onde vem o jeito tão sem defeito
que esse rapaz consegue fingir?
Olha esse sorriso tão indeciso
Esta se exibindo pra solidão
Não vão embora daqui
Eu sou o que vocês são
Não solta da minha mão
Não solta da minha mão

Eu não vou mudar não
Eu vou ficar são
Mesmo se for só
não vou ceder
Deus vai dar aval sim,
o mal vai ter fim
e no final assim calado
eu sei que vou ser coroado rei de mim.


Ai, ai... Assim eu choro!

sexta-feira, 18 de março de 2005

Aveia Quaker, Menino da Oi e afins

Hoje, enquanto a Elisa me contava do caso do Menino da Oi, percebi que não somos só eu e o André que acompanhamos a vida de pessoas com quem cruzamos pela noite, mesmo sem tê-las conhecido! Nem somos, também, os únicos a dar apelidos a algumas delas!

Tipo o LC (Uso a sigla porque só nos referimos a esse cidadão por seu nome e sobrenome). Conheci esse gato nos gaydares da vida e obviamente não deu em nada (aliás, nunca deu em nada aquele perfil que tive lá), mas cruzei com ele na Fosfobox e agora é figura carimbada na vida. Onde vou, vai. E, quando não estou com o André e vejo o carinha, vou correndo ligar:

Advinha quem está também na feira de Realengo?

E ele logo advinha:

O LC!!!!!

Há também outros bem menos glamourosos, como o Trio Chupadeira e o Cocainado! Sem eles, as saídas não teriam graça!

Mas a minha paixão platônica mesmo é o Aveia Quaker, um bofinho que vi na Fosfo com a camiseta cuja estampa era a cara do velhinho que tem na embalagem do referido produto! Desde então, é assim que ele se chama para mim. É lindo de morrer: cavanhaque, branquinho, cabelo à máquina, baixinho... (Às vezes eu tenho a sensação de que me atraio muito facilmente por tipos parecidos comigo. Gente, eu me faria sem preguiça! Baixa auto-estima é o caralho!). Mas, para variar, Aveia Quaker não toma conhecimento de minha existência... Nem olha pra mim e eu todo lá me derretendo. Será que é HT? Ou sou eu que sou uó mesmo?

Enfim, analisando tudo isso, fico me perguntando se alguém faz o mesmo comigo: de ficar me observando pela rua, de me dar apelidos estranhos, essas coisas. MEDO!

Já pensou?

"Olha quem chegou! O Indie Wanna Be! Um dia ele consegue!"

Humpf.

quarta-feira, 16 de março de 2005

Os párias são melhores

Eu pertenço a um grupo de pessoas que é considerado pela maioria dos habitantes do mundo a escória. Olhares sarcásticos compartilhados entre medíocres, comentários debochados, tentativas de repressão: tudo isso já tolheu o meu jeito de falar, de me relacionar, de me vestir e de ser. Hoje, acho que me alienei disso. Algum bloqueio psicológico ou patetice mesmo me fazem não enxergar tais coisas e acho q vivo melhor assim. Liguei o foda-se.

O chato é quando alguém vem e me desperta para a realidade. E percebo as coisas e me sinto mal. Não por mim, por vergonha ou qualquer coisa assim, mas por ter que conviver com ignorância.

E a escolha que fiz é clara: meus amigos são somente pessoas que têm cabeça aberta para conviver comigo sem me encher o saco. Os que não se encaixam nesse rótulo, foram afastados ou descartados. E jamais me importo de andar com quem quer que seja por causa da pinta que a pessoa dá ou por qualquer outro motivo parecido. Preconceito não vai atrapalhar na vida.

A ignorância não vai me vencer. Não vou me render às neuroses dessa gente infeliz que quer que todos sejam medíocres como eles.

E tenho dito.

(Com consciência de que meu grito melodramático final foi digno de heroínas canastronas de novelas da Globo. Arrasei.)

Desventuras de um fodido a pé

Quinta passada estava andando tarde da noite por Botafogo e achei que o melhor jeito de voltar para casa seria pegar a integração Trem-Metrô: mais rápido, mais barato, mais seguro. Ledo engano...

Tomei na Central o último ramal parador (mais conhecido como paradouro) com destino a Santa Cruz, único que me deixaria na roça em que moro. Acontece que o desgraçado foi devagar por todo o percurso, o que não me incomodaria caso ele simplesmente não enguiçasse em Oswaldo Cruz por duas horas! Calor, gritaria, protestos inconformados dos passageiros, briga de bêbado: a tudo isso tive que assistir enquanto mantinha a fé na saída daquela lata velha e suja. Só desisti mesmo quando vi funcionários da Supervia distribuindo "vale dia seguinte" para o pessoal. Muita sacanagem: deveriam era providenciar uns ônibus pra deixar o povo todo na porta de casa!

Nessas horas é que o salvador de meu destino (vulgo papai) se mostra em todo esplendor: que alívio foi tê-lo me buscando lá pela uma da manhã!!

E, como a cidade amanheceu com uma novidade enlouquecedora: a greve de ônibus, hoje ele se mostrou poderoso mais uma vez, levando-me para e buscando-me do trampo. Tudo bem que ele me cobrou 30 paus pela caridade, pois daqui até o trabalho são 30km e, como ele fez o percurso 2 vezes, esse seria o valor da gasolina. Ou seja: fodi-me literalmente.

Daí, reitero várias conclusões que já havia tirado outras vezes antes, só que com menos intensidade:

1) O sistema de transporte urbano do Rio de Janeiro é um LIXO!

2) Eu moro maaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaalllllllllllllllllllllllllllll!

3) Com esse gasto de gasolina, carro é impensável no momento (porque eu nunca, jamais, de maneira nenhuma deixaria o auto na garagem para trabalhar de busu, caso tivesse um e não me imagino gastando essa grana diária com gasolina).

4) Ser pobre é foda.

Mas, como diz o Mutatches, eu sou indie wanna be e não desisto nunca! Um dia chego lá!

(e paro de ser consumista também: porque eu gasto, mas só com besteira!)

quinta-feira, 10 de março de 2005

Herança genética

Assistindo a um capítulo da novela das oito com ótimas companhias, comentei o fato de a minha mãe se parecer muito com a Renata Sorrah (sim, elas se parecem MESMO)!

Para minha surpresa, o papo não parou por aí:

O Gui disse que a dele é idêntica à Suzana Vieira.

Já o Cramus afirmou que sua progenitora em muito lembra a Yoná Magalhães.

E o Mutatches finalizou comentando que aquela que o pôs no mundo é a Nívea Maria sem tirar nem por.

Gente, daí eu tiro a conclusão brilhante: todas as nossas mães são, na verdade, Estrelas da Globo Wanna Be!

Está explicado esse nosso jeito WANNA BE de ser! Corre nas veias!

terça-feira, 8 de março de 2005

TODOS os viados se parecem?

Faz alguns anos que simplesmente desencanei do fato de dar ou não pinta. Não que eu me ache efeminado ao extremo, mas é que simplesmente sou obviamente gay e nunca em toda a minha vida houve nada que eu pudesse fazer para mudar isso. No fim das contas, hoje em dia eu até curto isso.

Mas para o povo do meu trabalho, não abro espaço para conversas sobre o assunto. É uma gente careta demais e tal. Nada a ver. Aí alguns deles vêm com uns papos estranhos:

Toda vez que vejo o Jean do Big Brother, lembro de você! Ele se parece contigo até no jeito!

E eu digo:

Sou mais bonito!

Até aí tudo bem... Mas ontem uma colega veio me dizendo:

Olha, espero que você não se ofenda, mas acho que você me lembra muito uma pessoa que adoro e com quem tenho muita vontade de conversar um dia!

E eu pensando:

Já sei: Jean do BBB...

Só que ela completou:

É o Elton John!

Hein? Como assim?!

Eu lembro o Elton John? Não creio! Não posso acreditar! Daqui a pouco vão me dizer que me pareço com a Ru Paul!

Humpf!

Amigos e gastronomia

Para comer uma bela tigela de salada, não há melhor companhia que o korn

Para fazer a linha fina e tomar chá das cinco com doces chics, não há melhor companhia que o André.

Para me empaturrar de junk food, não há melhor companhia que o Cramus.

Para comer qualquer coisa (especialmente nos buffets e rodízios da vida), não há melhor companhia que o Gui.

E eu ainda fico me perguntando por que estou tão gordo...

terça-feira, 1 de março de 2005

A sunga vermelha

No sábado a gente ia sair, o Alê Lima foi pra casa do Gui e tal para irmos à Fosfobox. Quando vi, eram 7 da manhã e percebi q caí foi no sono. E ninguém mais queria acordar. Desci, tomei café numa padaria do Flamengo e o dia estava tão lindo que decidi ir à praia sozinho mesmo.

Passei protetor solar, peguei a canga (sim, eu tenho uma), pus 1933 foi aum ano ruim, de John Fante no bolso, liguei o discman com Los hermanos e Imperial teen tocando e me mandei pra Farme. Chegando lá, rolou aquela preocupação: como é q eu vou mergulhar e largar as coisas sozinhas?

Então chegou o carinha da sunga vermelha. Sentou perto de mim, uns metros à frente. Sozinho.

Dei um tempo e decidi falar com ele:

Toma conta das minhas coisas enquanto mergulho?

Claro, e depois você faz o mesmo pra mim?

Claro.

E ficamos horas nessa.

Vou de novo.

Agora sou eu que vou.

:-)

:-)


Numa hora, virei de bruços e comecei a fazer a linha fina que leva livro pra praia. E, quando virei, ele tava bem do meu lado. E começamos a conversar, lógico:

Faço direito, quero ser defensor público. Tenho compromissos com meus ideais.

Sou professor e estou apaixonado pelas minhas quintas desse ano!

Só que o Cramus e o Mutatches chegaram e, logo depois, o Gui e o Julio. Super feliz, fiquei conversando com eles e SIMPLESMENTE ESQUECI QUE O CARA EXISTIA!

Ele arrumou as coisas pra ir embora e ficou em pé perto da gente, tipo esperando uma atitude. Atitude que não tinha sacado que ele queria que eu tivesse. E, quando me falaram (porque todo mundo percebeu, menos eu), eu n consegui fazer nada.

Foi isso. Podem me detonar. Sou o erro. Nada de troca de telefones, nada de marcar um outro papo profundo. Nada!

Sobre a atual rotina

Tomei uma decisão: fazer o tempo render e passar algumas das minhas tardes na biblioteca da PUC para ler a bibliografia da minha pesquisa. Ainda não estou no melhor da minha forma (já cheguei a devorar Dom Casmurro em uma tarde), mas estou bem melhor do que o parágrafo diário lido sem atenção, que vinha sendo a regra ultimamente...

O legal é que a faculdade é cheia de gente bonita e tem também um bandejão. O preço para quem tem carteira da faculdade é R$5,50 e para visitantes é R$9,00. Daí, entreguei dez reais e a mulher me deu o troco para o primeiro valor que mencionei. Luxo, tenho cara de estudante da PUC! Senti-me na graduação outra vez! A fina!

Então é assim, eu leio depois da comida, durmo por mais ou menos uns 60 minutos (acho que não ronco, pois quando acordo, ninguém está me olhando estranho) e depois desando a estudar. O mais interessante é que sempre tenho tido compromissos para a noite. Sei lá o que deu, os amigos todos resolveram me procurar nesses últimos dias e tenho amado isso.

E entre um ônibus e outro que pego para chegar aos lugares, penso na vida: sorrio, choro, devaneio... Vou vivendo.

E serei mestre.
E serei mestre.
E serei mestre.