segunda-feira, 27 de março de 2006

Drive-Thru é o que há

Ele perguntou:

Vai fazer o que no FDS?

E eu disse:

Provavelmente nada demais. Estou ficando em casa, pois andei gastando pencas.

Ele propôs:

A gente poderia ir à praia no domingo...

Respondi:

Boa idéia!

Domingo amanheceu chovendo. Mandei torpedo dizendo que estava com saudades e perguntando se topava cinema. Seis horas sem resposta, resolvo ligar.

Estou com preguiça de ir à Zona Sul... Se eu já estivesse por aí ou você por aqui, seria mais fácil, sabe?

Realmente, as pessoas querem fast food com delivery. Praticidades da vida contemporânea... O melhor é cancelar o pedido e só avisar à empresa caso ela entre em contato de novo.

Desta vez não vou deletar telefone nenhum da agenda. Sem vontade de ligar, sabe?

E, como bom empresário do ramo, eu digo:

Next, please!

domingo, 26 de março de 2006

Estranhos conhecidos

Outro dia peguei um busu para a casa da minha mãe. Decidi ficar em pé, pois o tomei de peguiçoso que sou e desceria logo (ok, o sol de Realengo, às 13h estava tinindo...). Daí que a vizinha de frente da minha mãe levantou e ficou cara-a-cara comigo na hora de descer.

O que mais nos incomodou nessa moradia foi justamente o fato de nossa janela dar para a casa de outra pessoa. E tal pessoa, desde o primeiro dia em que dormimos por lá (e isso tem mais de 20 anos...), é justamente essa mulher. Sabe o mais engraçado? Nunca nossas famílias se falaram. Irônico. Ela deve ter presenciado praticamente todos os barracos por nós produzidos (e não foram poucos), assistido a todos nós crescer, assim como sabemos sua profissão, percebemos quando ela foi abandonada pelo marido, achamos seus filhos muito esquisitos e temos que aturar seu péssimo gosto musical (Ana Carolina ninguém merece)...

E eu fiquei pensando nisso tudo enquanto aqueles segundos entre a puxada da cigarra e a parada do ônibus pareciam não terminar tamanho o silêncio desconfortável.

A vida é meio doida. Agora, moro também de frente para outra pessoa. Só que mais próximo ainda. Deve ser carma.

quinta-feira, 23 de março de 2006

Dinheiro cai do céu para alguns (desafortunados)

Quinta passada, amanheci atrasado e fui correndo trabalhar. Enquanto tentava me acalmar por causa da lentidão do ônibus, pensei no quanto é importante o trabalho, precisar dele para sobreviver. Isso tem um contexto. Tenho conversado e convivido com pessoas que têm as coisas fáceis demais e a sensação que tenho é a de que elas não parecem encontrar muito estímulo para fazerem suas próprias coisas. Pensei que isso era deprimente (no sentido de que causa depressão mesmo que essa palavra pode ter). Por outro lado, às vezes me sinto tão importante por causa das coisas que faço. se eu for pensar bem... Eu definitivamente influencio a vida de muita gente (ou estou sendo pretensioso?)!

À noite, o Eliandro armou um jantar para nós dois e Priscila num japa da vida. Grana foi, obviamente, um dos papos. O cara me deu um tapão na cara:

Wally, pessoas como nós não podem ter dívidas. É diferente um cara com renda de 600 paus entrar no cheque especial porque não tem dinheiro para comer de você tomar a mesma atitude radical.

O Eliandro nunca teve as coisas de maneira fácil na vida. Hoje tem um puta cargo numa indústria de laticínios e deve receber o triplo do meu salário. Ah, ele mora com os pais... Daí eu fiquei meio puto e pensei: "Ok, eu nunca fui bom de finanças, mas, quando morava com meus pais, jamais cheguei a entrar no cheque especial (mesmo que ficasse duro)".

Enfim, na hora de pagar a conta, percebi que esgotei todo o meu crédito no Bradesco e tive que ficar no negativo, também, no Real. E voltei para casa muito amuado pensando que essa história de "trabalho que dignifica" é conversa para boi dormir, que otários são esses filhinhos de papai que se sentem no direito de ficarem deprimidos enquanto têm tudo fácil. O bom mesmo é poder ter suporte para poder entrar nessas crises e, melhor ainda, fazer terapia!

Buzina erro

Outro dia estava lavando uns copinhos e ajeitando roupas na máquina quando ouvi uma buzina insistente. Alguém simplesmente largara a mão em tal aparato do carro e não soltava...

Como as pessoas são mal educadas, não? Meu Deus, não consigo imaginar qualquer situação em que buzinar seja tolerável. Imagine o que penso quanto a praticar tal ato com tanta insistência.

AAARRGGHHHH

terça-feira, 21 de março de 2006

Emagrecer muito: pós e contras

Eu cheguei a um peso muito alto ano passado: 90kg era coisa demais e, pelo jeito que as coisas andavam, não estaria longe o dia em que a balança marcaria 100kg... Daí que decidi ser radical. Não sei ainda se foi o melhor jeito, mas, por enquanto está funcionando e não quero voltar a ficar gordo de jeito maneira!

O maneiro, além do fato de não ter mais reclamações de ninguém quanto ao ronco, é me sentir seguro de novo quanto à aparência. Ok, tenho plena consciência de que não sou nenhum Hugh Jackman, mas dou pro gasto. E já volto a flertar com as pessoas por aí. Além disso, é muito bom voltar a fazer shows narcísicos no espelho do quarto do meu irmão enquanto passo as tardes lá para dar aulas na escola de Realengo à noite e não há ninguém na casa da minha mãe. O que são esses shows? Bom, basicamente, eu ligo um som de que gosto, fico de cuecas e faço a linha cantor em frente ao espelho fabuloso dele. É ÓTIMO!!!! Vivia fazendo isso. Estava com saudades.

Na minha casa falta um espelho de corpo inteiro bom. Preciso providenciar...

Mas existe um ponto muito negativo nisso tudo: roupas. Ainda mais para um fodido como eu. Está tudo MUITO LARGO! De um jeito insustentável. Pareço sempre estar vestido com sacos de batata em vez de calças e com panos longos amarrados em vez de bermudas!

Claro que a solução mais fácil seria engordar tudo de novo.

NEM FUDENDO!!!!!!!!!

Outras opções? Posso mandar apertar tudo, ou comprar coisas novas, no crediário. Mas o saco é que gastei muito esse mês com a Dulce. Fazer mais dívidas é inimaginável... O mais foda ainda é pensar que estou perdendo todas as liquidações pós festas e pós carnaval. Damn it!

segunda-feira, 20 de março de 2006

Sensível

Ando sensível. Choro todo dia nos capítulos das novelas que acompanho (A viagem e Sinhá moça). Sim, sou cafona, admito, gosto de novelas (quando boas, é claro) e me permito entrar em prantos ao assisti-las. Além disso, conversei há pouco com a tia Lúcia e ela me falou do quanto a mamãe anda sentindo a minha falta lá em São João da Barra. Deu nó na garganta. E muitas saudades.

Esse FDS foi engraçado. Passei sozinho, querendo pouco contato com as pessoas em geral, mas querendo muito com uma pessoa em particular. Estou encurralado: topei uma coisa mais descontraída e relaxada, mas meu íntimo quer casamento, monogamia, dedicação, presença e atenção. Definitivamente, estou em desvantagem.

O bom é que me sinto afetuoso de novo, menos frio e revoltado, mais capaz de me emocionar, de dizer às pessoas o quanto gosto delas, de fazer as coisas com calma, de ficar quieto na minha.

O ruim é que eu sofro com o orgulho, com o medo de me entregar demais (sim, eu pouco ligo para ou procuro o cara) e com a eterna espera de um sinal de vida.

Ontem não aguentei e disse que queria vê-lo. Marcamos terça. Acho que vai ser a última vez, pois tenho a sensação de que cheguei ao meu limite e de que é hora de dar um basta nessa situação nada confortável para mim. Resta saber se terei coragem para tanto e o medo de, depois, descobrir que essa decisão causará mais desconforto do que venho tendo ultimamente.

Humpf.

Dulce Veiga voltou

Dulce Veiga voltou. Parecia problema de HD, não era. O técnico mandou comprar uma placa de vídeo nova, comprei. Continuava não funcionando. Então ele foi radical: só pode ser a placa mãe. Quase morri do coração. Até que ele resolveu tirar o teclado USB e... A PIRANHA FUNCIONOU!!!!!

Dá para acreditar que tanto aborrecimento e desespero foram causados por um simples teclado USB?????????

Ao tentar formatar o HD (que estava com algum pau de tanto ser reinicializado) com o CD do Win XP, o meu combo tinha dificuldades em lê-lo. Daí tive a idéia de aproveitar o ensejo: já que tinha gastado mesmo 190 paus com uma placa de vídeo nova e estava conformado com isso, por que não trocá-la por um gravador de DVD?

E foi assim a recuperação da minha máquina super-ultra-hiper-mega-temperamental. Espero que ela fique sem crises por mais uns bons dois anos...

E que, em dois meses pelo menos, eu me sinta recuperado do baque financeiro causado por toda essa operação (já que ainda tive que comprar teclado e mouse novos...).

sábado, 11 de março de 2006

Eu fazendo DR comigo mesmo

Hoje, eu e Dono comentávamos sobre nossas ficadas. A cada dia que passa, elas ficam melhores tanto no que se refere ao sexo quanto no que se refere ao afeto que demosnstramos um pelo outro, além do fato de nunca serem iguais. Sobre isso ele disse:

Acho que é porque não namoramos.

E eu respondi que deve ser, que quem tem vasta experiência com namoros é ele, não eu (a minha é quase nula, diga-se de passagem).

Mas fiquei pensando... O que é melhor: um compromisso formal de relacionamento ou um lance espontâneo? Claro que a própria pergunta já deve mostrar a minha opinião sobre o assunto ou o argumento que inventei para lidar bem com o fato de que a gente não namora. O certo é que me faz bem ter a certeza de que o tesão, o carinho e a vontade de ver que tenho são correspondidos em equivalência justa por ele. Quanto ao que sinto... Bom, aí complica. O cara já me fez a seguinte pergunta:

Você está se apaixonando?

E eu respondi que não sei. Será que não sei mesmo? Será que tenho medo de dizer sim e estragar tudo?

Ah, sei lá!

Então, como posso ficar ansioso para saber o que rola na cabeça do cara se eu nem entendo o que se passa na minha? E mais: toda vez em que alimentei ansiedades para com relacionamentos, foi sofrido e angustiante. Não quero mais essa vida.

E tenho dito!

segunda-feira, 6 de março de 2006

Tropeços afetivo-sexuais de Wally

Fica mais evidente a cada dia que eu e o Dono somos mais do que simples fuck buddies, assim como também é fato que o cara sempre deixa claro que não está interessado em algo mais sério comigo. Bom, ele sabe fazer isso de um jeito que não me faz ter a sensação de que sou lixo. Ah, mas também passei dessa fase de ter crises de baixa auto-estima cada vez que sou rejeitado por alguém de quem ando gostando. Mereço a maior parte dos créditos!

A Fernanda diz que eu também não quero namorar. Se realmente quisesse, teria usado as "minhas armas". Ela sempre me vem com essas afirmações inesperadas e eu fico com cara de bobo pensando se não há razão em alguma delas, mesmo pensando que essa história de "minhas armas" é uma coisa mulher demais pro meu gosto.

Enfim, decidi desencanar e abrir novamente a porta para outros caras enquanto não sei exatamente no que vai dar essa história (apesar de, a cada dia, curtir mais e mais o que está rolando. Os níveis de intimidade que vão sendo ultrapassados a cada encontro...). Mas ainda faço aqueles desastres bem característicos de minha pessoa. Explico.

Saí com o Cramus e com o Didi no sábado. Doideira total, considerando a minha conta bancária pós carnaval... Mas a animação surgiu de repente de todos os lados e melhor opção não poderia haver que o Galeria (engraçado como esse lugar é antigo e eu nunca tinha percebido o quanto a vibração dele é legal!). Lá, encontrei com um colombiano com quem andei transando no ano passado. O cara é gato, tenho que admitir. Muito gato. Daquele tipo de gato que me deixa todo errado (e quando é que eu não fico assim quando o assunto é flertar?).

O lance foi que eu reparei que ele não saía de perto de mim, mesmo não falando nada. O Cramus logo veio com aquela psicose de me deixar ansioso:

Se joga logo nele ou quem faz isso sou eu.

Depois de muito hesitar, fui lá e puxei um papinho que se estendeu e veio cheio de cantadas ao estilo:

Wally: Esse careca é gatinho.

Colombiano: Gatinho é você! Ele é só pegável!

Bom, numa certa hora, o cara deu um sumiço e me joguei na pista com os meninos. O som estava muito bom! Fui ao banheiro e, quando voltei, encontrei o colombiano junto deles.

Colombiano: Estou indo embora agora. Você vai ficar?

Wally: (Silêncio constrangido. Cara de bobo. Mudez quase involuntária).

Colombiano: (Cara de surpresa e de espera confusa).

Wally: (Sorriso provocado por nervoso. Mudez ainda quase involuntária).

Colombiano: (Sorriso constrangido de quem acaba de levar o toco sem acreditar, ainda. Bom, nem eu acredito...) Então tá. Vou nessa. A gente vai ficar um tempo sem se encontrar. Vou passar um mês na Alemanha.

Wally: (Com muito esforço para falar) Falou. Abração...

Espelho, espelho meu, existe alguém mais errado do que eu?