quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Eis que surge um cara...

Não lido bem com caras me bajulando. Não é que não ache que mereça... A sensação é meio desconfortável...

Meses atrás fiquei com um cara lindo que ficou conhecido entre meus amigos como "o apaixonado", pois, no mesmo dia em que me conheceu, declarou-se. Como obviamente não acreditei e fiquei assustado, a Fernanda comentou:

Mas é claro que isso é impossível... Imagina alguém se apaixonar por você! Ainda mais alguém interessante, não é?

A ironia da minha amiga é maldita, mas adequada. Eu jamais me dou o devido valor... Sempre acho que gente bacana não se interessa por mim. Entretanto, há de se convir que o cara pegou pesado... Tanto isso se confirmou que sumiu! Sumiu mesmo, desaparecido total.

Como já estava de pé atrás, desencanei. Só que a vida é meio doida e o mundo muito pequeno: neste domingo, encontrei-o por acaso. E ele veio falar comigo. E passamos a noite juntos. E nos falamos ao telefone todos os dias, desde então. E passamos a noite de terça juntos de novo. E vamos nos encontrar amanhã.

Ele continua fazendo declarações rasgadas do quanto sou lindo e fabuloso. Associo isso a um vício de ex-heteros-wannabe: precisavam bajular muito as mulheres para poder comê-las e ainda não entenderam que, entre homens, isso não só é desnecessário como fica um tanto ridículo. Desse modo, continuo não sabendo o que dizer nesses momentos e ficando sério, mas estou curtindo o que está rolando bem aqui na minha.

Acho que é hora de deixar de dispensar as pessoas por qualquer besteira e de dá-las aportunidade de se chegarem mais para a minha vida. Chega de ficar idealizando o relacionamento ou o cara. Não estou mais a fim de ficar usando de ironia e de acidez para disfarçar a minha solidão. E, se for para eu me foder, que seja.

É isso.