segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Acho que finalmente chegou a hora de tomar uma decisão.

Minha vida está de pernas pro ar. Minha cabeça, enlouquecida.

Não tiro minha respinsabilidade quanto ter ou não sanidade nas minhas atitudes, mas está foda pensar com clareza.

Estou com muita vontade de morar sozinho. Sozinho mesmo, sem ninguém por perto. Só eu.

domingo, 24 de agosto de 2008

Sexta pedi demissão na escola do Recreio. De repente apareceu uma oportunidade numa aqui perto de casa. De nome, tradicional, de freira, etc.

As coisas já não iam bem por lá fazia tempo. A insatisfação era grande e vivia dizendo que assim que surgisse algo não pensaria duas vezes.

Não pensei duas vezes.

Encostado na parede, disse tudo que me incomodava e por que, depois desses cinco anos, quis sair assim, em pleno agosto.

Essa é a minha última semana. E agora caiu a ficha. Quando olho meus alunos, os colegas, os inspetores, todo mundo...

Não consigo conter as lágrimas só de pensar que não farei mais parte daquele ambiente, que não conviverei mais com aquelas pessoas.

Foi lá que eu aprendi a ser professor, porra. Foi lá que tomei gosto pela minha profissão.

Por que as decisões sempre têm que ser tão difíceis de se tomar?

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Ontem resolvi fazer diferente e ir a Realengo de busu em vez de trem. Não queria correr o risco de ir em pé, sabe? E pensei que um daqueles expressos que vão pela seletiva da Brasil poderia ser mais rápido.

Peguei um tal de S-10 (Bangu) lá na Central. Perguntei ao motorista se passava na praça do Canhão, ele disse que sim. Entrei meio desconfiado. Sabe quando você tem a sensação de que foi respondido sem que houvessem ouvido a pergunta direito?

Primeiro choque: O ônibus estava lotado. Pensei que não havia problema, afinal, ia ser rapidinho mesmo, fazer o quê?

Segundo choque: Passamos direto pela saída de Realengo na Avenida Brasil. Meio constrangido, perguntei a algum pessageiro aonde iríamos parar. "Buraco do Fainha", ele disse. "Caralho", pensei.

Terceiro choque: Um velho-magrelo-desdentado-bêbado começou a xingar todo mundo. Que boca suja, cara! Ele ameaçadoramente ficava acendendo um isqueiro sei lá para quê. Até que uma senhora-idosa-de-70-anos-crente (como ela mesma fez questão de enfatizar) começou a bater boca com ele. Foi mais ou menos nessa hora que liguei para minha mãe para dizer que me atrasaria um pouco.

"Que barulheira é essa aí, meu filho?"

"Nem te conto..."

Assim que desliguei, houve uma parada para as pessoas descerem e, de repente, o povo começou a gritar:

"EXPULSA, PÕE PRA FORA!!!"

Uma mulher corpulenta e decidida se levantou do lugar e, aos empurrões, colocou o bebum na rua. Aplausos gerais, risadas, inícios de bate-papos... Aquela catarse de quem está numa situação horrorosa, mas que se diverte assim mesmo.

Essa cidade é louca, eu sou um idiota que vive se metendo em furada (e vou vendo no que dá até poder sair dela - leia-se o Buraco do Fainha), minha rotina é pauleira e fodida, mas estou feliz assim mesmo.

À noite, quando cheguei a Copa e saí da estação do metrô, vi umas pessoas tocando algum instrumento num bar, o povo andando descolado na rua, os mendigos da Bolívar, o meu prédio.... Agradeci a Deus por mais um dia e fui dormir bem.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

A semana começou. Um batalhão de provas para corrigir, dois livros de 200 páginas para ler, uma carga horária considerável de trabalho. Tudo poderia ser diferente se eu me organizasse melhor. Cara, há anos fico repetindo isso para mim. Que merda.

Mesmo assim, estou arrumando tempo para a academia de novo. Ajuda a manter a saúde física e mental.

Semana que vem começo a estudar muito pra um concurso aí. Cara, se eu passar, resolvo TODOS os meus problemas financeiros. E não estou exagerando.

Ontem estava bem deprimido por conta de grana. Às vezes parece que não tem saída. Desesperador. Esse tipo de coisa é um sério problema meu. É bem difícil eu tomar alguma atitude. Sempre fui assim. Aí, de repente, me bate um troço e do nada saio arrumando um monte de soluções para alguns problemas. Mas confesso que esse meu padrão de comportamento está me irritando bastante. Bem melhor viver com equilíbrio, sabe?

Bom, pelo menos acho que deve ser, já que não tenho muita certeza se alguma vez vivi assim.

O bom é que a minha mãe agora aplica reiki e esse troço é bom pra caralho. Estava na casa dela por conta do dia dos pais e pedi que ela fizesse em mim. Puxa, fiquei bem mais animado!

Estava pensando hoje e falei para uns amigos: O que importa na vida é não deixar os problemas de lado, e sim enfrentá-los, mas com sangue frio. Sem emoção. É assim que faço em sala de aula e dá certo. Cada vez mais me dou conta de que minha atitude perante os alunos é a mesma que deveria ter diante de todo o resto: firmeza, coerência, postura e atenção sempre no máximo.

Acho que assim mantenho o peso, resolvo as dívidas, paro de ter tanta picuinha com meu carinha e por aí vai.

domingo, 10 de agosto de 2008

Eu ando isolado e evitando o cantato humano, mas ontem entrei no MSN e fiquei online pela primeira vez em muito tempo (neste momento também estou). Logo apareceram umas três pessoa spra conversar. Umas pessoas não muito íntimas, mas queridas.

Duas delas me perguntaram se havia abandonado o blog de vez e não soube responder. Às vezes fico meio com vergonha de escrever aqui. Cada dia que passa me acho muito mais louco. Mas sei lá. É bom ao mesmo tempo pôr pra fora o que vem pela cabeça e refletir sobre a vida por aqui. Mesmo já fazendo análise. E que se danem os que acharem que tô boderline ou bipolar demais.

Mas, enquanto escrevia agora, fiquei viajando sobre o que significa deixar o MSN online: uma porta aberta para quem quiser falar comigo. Lembro que passei a ficar offline quando escrevia minha dissertação e não conseguia estabelecer um limite entre parar de falar com as pessoas e conseguir trabalhar. A saída foi a atitude drástica de cortar o acesso a mim mesmo pelo comunicador.

Que piração!

Tenho pensado: qual é a saída para estabelecer limites às pessoas sem cortar o acesso delas à minha vida, sem perdê-las, sem chegar a um ponto doentio?

Está vendo o porquê a vergonha? Isso é muita doideira!
É estranho parar e pensar que uma vez pensei que tivesse ultrapassado algumas das minhas maiores dificuldades. Nunca foi uma atividade muito fácil me relacionar. Desde pequeno, quando tinha muito jeito "viadinho", era muito complicado estabelecer um limite claro de até onde as pessoas poderiam ir comigo. Houve épocas de extrema solidão na infância. Tinha medo de me aproximar muito. Qualquer hora alguém ia me sacanear e eu não conseguiria reagir. Meus pais falavam: toma uma atitude, não deixa isso acontecer, faz que nem fulano, faz que nem cicrano. Nunca consegui.

E nada parecia ter muito jeito. As notas eram baixas, eu não tinha amigos.

Com meu primeiro namorado, as coisas fugiram muito do controle. O cara fez dívidas no meu nome, a gente tinha uma relação esquisita de maus tratos, de tortura psicológica. A história acabou e eu estava endividado e em frangalhos.

Veja bem, não sou vítima. Assumo que é dificuldade minha não saber dar limites às pessoas. Isso apareceu na minha análise essa semana.

Quando emagreci, achei que tinha conseguido vencer isso. Que nada. Só fiquei mais agressivo com as pessoas. Dando foras, sendo estúpido e mal educado.

E, na verdade, essa tem sido a minha saída ultimamente: a agressividade, a perda de cabeça, a loucura.

Eu sou louco, as pessoas são muito loucas. Cada vez mais acredito que para viver é preciso ser como em sala de aula: atento, ligado, tenso. Assim como os alunos que querem o tempo todo desrespeitar as regras, não por serem maus, mas por talvez isso ser uma imposição inata deles, as pessoas nos testam o tempo inteiro para saberem se podem ter ou não determinadas atitudes conosco.

Vivo uma relação intensa e apaixonada com uma pessoa linda, mas cheia de defeitos que, quando quer ser mau e ultrapassar um limite, não pensa duas vezes. Eu, por outro lado, volto aos meus problemas de antes e não sei como lidar com isso. Fico louco, agressivo.

Talvez eu seja muito duro comigo, mas não agüento mais viver assim. Não tenho mais o direito de me perder, de me enrolar, de ficar com a vida atravancada por não saber lidar com o mundo. Meu companheiro, na última vez em que brigamos, acusou-me de ser uma pessoa sem atitude. E o que mais dói é saber que isso é verdade. Inclusive ao me relacionar com ele.

Foda, cara. Preciso resolver isso.