terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Todas das terças venho pegando carona com uma professora lá da Escola. Ela dá aulas no Humaitá e mora em Laranjeiras. Facilita muito chegar à PUC tão cedo e ainda não ter que pegar o quentão do 755.

Daí hoje fiquei andando pelo Humaitá e meu humor deu uma leve melhorada.

Mas foi rápido. Eu não moro mais na ZS. Eu não posso. Não tenho condições.

Trabalho naquele inferno para não ter condições.

Antes era ilusão, mas eu me vingava. Escapava. Agora estou imerso na merda.

Ficar adulto é assim: entender que é uma merda e não se matar para não ir para o inferno.

A tristeza que me dá é um déjàvu da minha infância. Aquela coisa desesperançosa quanto ao futuro que eu sentia, aqueles anos todos de infelicidade.

Eu não gosto da minha vida.

Eu não vejo jeito de mudá-la.

Eu queria alguma coisa para me salvar.