domingo, 27 de novembro de 2005

Momento pena de mim mesmo

A pergunta é: se sou tão boa companhia, por que passarei esta (e tantas outras) noites sozinho?

Fazia tempo que ela não batia, mas hoje não deu: ô carência filha da puta!

sábado, 26 de novembro de 2005

Era uma terça-feira, à tarde. Eu ia ruminando no busu para Cascadura o quanto odeio o emprego da escola do Méier e o quanto cada vez mais me parece impossível continuar por lá para o próximo ano letivo e no que eu iria ter que fazer para arranjar alguma coisa que substituísse essa renda.

Eu sou um cara meio obsessivo. Quando fico com alguma coisa martelando na cabeça, não penso em mais nada. Não reparo em mais nada.

Só que um grito de assalto me tirou dos devaneios. Um velhinho parecia desesperado enquanto um cara jovem levantava da cadeira estendendo um revólver enorme. Foi rápido o lance. Eu fiquei congelado. Rezando dez mil pais nossos na cabeça e preparando-me para ficar sem documentos e, pior, sem as provas dos meus alunos.

Mas não. O cara só queria saber do velhinho. Devia estar seguindo-o do banco ou algo assim. E todos no ônibus ficaram com aquele jeito e aquela cara de "Oh, não! Aconteceu perto de mim. Ele podia ter atirado e me matado ou me roubado também".

Sei lá. Quando a gente acha que o mundo é uma merda, ele vem e fica ainda pior!

sábado, 19 de novembro de 2005

Tem um posto aqui embaixo que faz uns sanduíches bem gostosos. O meu preferido se chama California Light. O problema é o preço... R$6,00 com direito a 500 ml de refri. Ok, nem é tão caro assim... Só que estou fodido!

Daí que um dia eu estava com muita fome de California Light e com pena de gastar meu dinheiro. Como sempre o comi, lembrava da maneira que os caras preparavam. Decidi, então, comprar os ingredientes e fazer quantos eu quisesse aqui em casa. Aí vai a receita:

Califórnia Light


Ingredientes:
1 pão francês
2 fatias de queijo minas
2 fatias de peito de peru
alface
tomate
molho tártaro

Modo de preparo:
Fala sério, né? Só passar o molho no pão e arrumar o resto dentro!

Eu garanto que é bem gostoso!

PS: Pobre é fooodaaa!

quarta-feira, 16 de novembro de 2005

O intocável

Quando adolescente, era um caso perdido. Cheio de espinhas, um cabelo crespo mal cortado, barba estranha, corpo desengonçado e por aí vai. Ao contrário de mim, havia muita gente que tinha a sorte de ser absolutamente o contrário, bem aquele clichê de Carioca-Surfista-Sarado-Cabelo-Asa-Delta-Esvoaçante.

Crescer nessa cidade sendo um Freak-Creap-CDF nato não é fácil. É tortura ver esses caras andando de bermudas de tak-tel (horrorosas em qualquer um que tenha a mínima barriga) e sandálias havaianas, mostrando os peitos levemente protuberantes e as faces sempre alegres que só as pessoas realmente seguras com a própria aparência têm. Pois a situação é foda mesmo. Ser um cara desses? Impossível. Ter algum interessado? Impensável. A gente até perdoa (ou perdoava) cafonices como aquele terrível Nauru, calçado destruidor de meias brancas da Redley. Quem se importa com sapatos? Quem OLHA para sapatos?

Só que o tempo passa: o cabelo craspo cai, as espinhas somem e deixam marcas, a barba permanece estranha, o corpo - antes desengonçado - torna-se levemente (eufemismos...) avantajado. Perspectivas razoáveis para Freaks-Creeps-CDF's de nascença.

O incrível?

Ter um cara desses como uma bela FF*.

Inacreditável. Tocar o intocável. Excitar o sonho de adolescência. Foder literalmente e cheio de segurança as frustrações da juventude.

A Fernanda me disse que, sabendo o comportamento sexual de uma pessoa, conhecemos quase 95% da personalidade dela. Ou pelo menos a maneira como ela lida com a vida. Hoje, lendo esse fato que ocorre comigo, espero que vocês, meus poucos e fiéis leitores, entendam o quanto estou lidando BEM com a vida nessa semana!

*Foda Fixa

segunda-feira, 14 de novembro de 2005

Palavra horrorosa

Já chorei, já me descabelei (e olha que nem cabelos tenho quase), já liguei desesperado para amigos, etc. Agora, encontro-me num estado de resignação esperançosa. As coisas podem dar certo, não é? O André me lembrou de que a vida é feita de altos e baixos. E não sei por que tinha-me esquecido.

Estou devendo grana.

A Fernanda me disse que deve ser normal isso. Quando tudo dá certo demais, a gente não aguenta e arruma um problema. Com ela foi o emagrecimento, o casamento, a belíssima casa que construiu. Dá uma insegurança, uma falta de crédito no fato de que as coisas podem acontecer como a gente sonhou, sim. Por incrível que pareça, talvez não sejamos capazes de lidar com vitórias. Ela engordou novamente. Bastante, por sinal.

Eu?

Duvido que a quantidade de gastos que tenha feito mês passado seja algum mecanismo de defesa maluco que me force a ficar mal. Entretanto, a crise em que me encontro desde que defendi o Mestrado deve ser.

Sei lá. A partir de então, as coisas estão meio sem sentido. Não tenho mais certeza se a vida acadêmica é o que eu quero para mim, nem sei mais se trabalhar com Ensino Fundamental e Médio é a maneira como quero passar o resto da minha vida. Eu fico me perguntando se não falta um pouco mais de iniciativa ou, como é que se diz mesmo no jargão de administração de empresas? Ah, empreendedorismo. E-M-P-R-E-E-N-D-E-D-O-R-I-S-M-O.

Uma palavra horrorosa, não?

H-O-R-R-O-R-O-S-A!

Quer saber? Não vou mais ficar divagando sobre isso hoje.

segunda-feira, 7 de novembro de 2005

Fiz besteira?

Já é o segundo início de mês em que eu me questiono se saí de casa na hora certa mesmo. Caralho, estou muito fodido!

:-(

:-(

:-(

sexta-feira, 4 de novembro de 2005

Satisfação

Foi um processo meio rápido. As coisas vão acontecendo naturalmente e a gente mal percebe. Se há uns meses atrás eu levava a vida mansa de trabalhar somente três manhãs por semana e ter uma dissertação assombrando o meu juízo, agora estou enfiado em três escolas, acordando às 5h quase todos os dias. O alívio é pensar que falta pouco para férias de tudo. O desespero é pensar que antes disso terei quase um milhão de provas para elaborar e corrigir.

Mas era o que eu queria: uma carreira. Ok, estou bastante insatisfeito com um desses meus empregos. A sensação que dá é que trabalho demais para ser muito mal remunerado (mesmo sabendo que, ainda assim, ganho bem mais do que a média). Só não estou conseguindo tempo para a estratégia de guerrilha que bolei: distribuir curriculum vitae por tudo quanto é escola boa existente nessa cidade. Mas já marquei de levar uns 10 para sair pela Barra e pelo Recreio com a Márcia. Ano que vem quero continuar morando aqui, mas folgado de grana. Não nesse aperto desesperador em que me encontro.

Ah, quato ao exame das tripas, ainda não tive tempo de marcar. Medo!

Por isso, mal tenho tido tempo de pensar no blog. Ou de entrar na net. Na verdade, o lado bom de morar sozinho é que quase sempre, nos tempos livres, estou acompanhado de alguma foda fixa ou quase fixa maneira. Ê vida mais ou menos!