terça-feira, 11 de maio de 2004

O amigo HT

Queria poder dar outro título a este post, pois odeio acreditar que a informação mais essencial sobre uma pessoa seja a orientação sexual. No entanto, acho que não dá pra fazer de outro jeito... O Eliandro é o meu único amigo homem e hetero ao mesmo tempo. Eu digo real, pois tem o Nando, que é "virtual" e é gente boa pra caramba. Mas o Lelê é especial justamente pela intimidade que a gente tem. E nunca me sinto completamente à vontade com um HT!!!!

Talvez isso se explique por termos estudado juntos na adolescência. Era um período difícil pra mim porque papai tinha decidido me obrigar a fazer o curso técnico de informática. Eu era um rapaz meio quietinho que sonhava em ser ator, vivia lendo os livros bagaceira do Sidney Sheldom e gibis dos X-men, daí dá pra imaginar o quanto eu sofria em ter que aprender Pascal e Cobol... A turma acabou bem pequena. Éramos cinco: o que vos fala, ele, a Priscila e mais dois caras incrivelmente chatos.

Nem preciso dizer que a bichinha aqui logo colou com a Pris e andava de bracinhos dados com ela por toda a escola. Na verdade, eu realmente era uma louca naquela época. Não fazia ninguém, é claro (certas coisas nunca mudam...), mas deixava bem claro a todos a minha orientação. Algum tipo de auto-afirmação. Sei lá.

O fato é que a Priscila e o Eliandro começaram a namorar e, obviamente, fui eleito a vela oficial. Tudo fazíamos os três: jogar paciência no Pentium 100 dele (que era o que havia de mais moderno!!!! Estou ficando velho?), assistir a fitas intermináveis de Arquivo X, conversar, conversar, conversar...

De todos os amigos de Segundo Grau, foram os dois que permaneceram presentes. Especialmente ele, que mora mais perto e que me liga sempre pra contar os rolos que tem com a atual namorada (a Priscila). Às vezes nos encontramos os três, mas é mais difícil porque o namorado dela (o Leandro) morre de ciúmes do Eliandro (perceberam a coisa estranha dos nomes???).

Eu paro pra escrever um post sobre ele porque, de todos os HT's que tive como amigos, ele é o único que ouve os meus relatos de transas, relacionamentos, etc. com naturalidade, além de nunca falar pra eu tomar cuidado quando digo que estou de paixão nova (não sei qual é a razão, mas TODOS fazem isso) e nem se importar com o que os outros vão pensar dele por ficar horas e horas conversando comigo dentro do carro na frente do meu condomínio.

Quem dera se todo mundo tivesse essa cabeça...

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