sexta-feira, 6 de agosto de 2004

Eu e o supositório

Estava eu completamente sem voz outro dia. A situação ficou desesperadora: quando falava, a garganta doía! Muito! Decidi, então, ir ao médico. Como de previsto, tive que tomar remédios. Ele falou para eu fazer repouso vocal (como se desse...).

Como era tarde (fui na emergência), a farmácia estava semi-aberta. Naquele esquema em que há uma fila enorme (como tem gente doente no mundo!), você fala com o atendente por meio de um interfone muito alto e tem um vidro separando vocês dois.

Eu ia comprar o que o médico receitou: um Cataflan 75mg em comprimido. Dei o papel para o carinha. Ele demorou bastante lá dentro e voltou meio sem graça, rindo.

Ele: Olha só... Eu acho que o médico errou... Esse remédio, com 75mg, não é fabricado em pílulas... Só para injeção ou em... Em SUPOSITÓRIO!! (nessa hora, ele gargalhou muito. E toda a fila. E o resto dos funcionários da farmácia)

Eu: (tentando agir naturalmente) E qual a diferença das pílulas?

Ele: (cara de cínico) Elas vêm em 50 mg!

Bom, tenho uma teoria: a situação estava sendo tão embaraçosa por causa da neura que os heterossexuais masculinos têm em relação ao ânus. Como não são seguros com sua orientação sexual, preferem esquecer que essa parte do corpo existe para não se sentirem tentados. E deixam de vivenciar prazeres maravilhosos proporcionados pela anatomia do homem, tais como o cunete e o fio-terra... Acredito que a psicose seja tanta que nem a higiene eles devem fazer direito lá. Eca. Mas, como eu não teria como arranjar quem me aplicasse a injeção naquela hora e como sou muito bem resolvido com meu reto, obrigado, falei:

Eu: Vou levar o supositório mesmo.

E pronto. Se alguém já usou esse tipo de remédio, sabe pelo que estou passando toda vez que vou ao banheiro... Uó! Disgusting! Eu bem que queria descrever o que acontece, mas já vai dar onze e meia! Está na hora de aplicá-lo.

Fui! :-(

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