terça-feira, 8 de agosto de 2006

Dormir ou não no Real Engenho?

Definitivamente, vivo tendo momentos epifânicos com meus alunos ao ler com eles certos textos. Acho que falei sobre isso por aqui não faz muito tempo. Explico o último desses momentos que tive.

Toda vez que vou dar aulas no Real Engenho (Prefiro o nome antigo ao sincopado Realengo. Tem um ar de dignidade!), fico na dúvida entre dormir na casa da mamãe ou voltar para Laranjeiras. Na verdade, não é bem uma dúvida... A minha vontade geralmente é a de vir logo para cá, mas, quando ouço a minha genitora perguntando naquele tom lamentoso e chantagista:

Não vai dormir aqui, não?

Sempre me bete uma baita culpa.

Pois então, líamos um texto ontem sobre um cara que ia embora da casa da avó no interior para viver na capital. Ele estava ansioso para se ver livre das regras, dos cuidados, do amor. O tempo do conto era todo construído em cima da despedida dos dois: cheia de dor por parte da avó, cheia de impaciência por parte do narrador. Dava-me raiva dele, ao mesmo tempo em que o compreendia. Relação contraditória temos nós com as pessoas que mais nos são próximas, não?

Só sei que ontem não vim para a minha cama grande e confortável. Resolvi ficar por lá mesmo e desfrutar da companhia da minha família por mais algumas horas.

:-)

Nenhum comentário: