domingo, 10 de agosto de 2008

É estranho parar e pensar que uma vez pensei que tivesse ultrapassado algumas das minhas maiores dificuldades. Nunca foi uma atividade muito fácil me relacionar. Desde pequeno, quando tinha muito jeito "viadinho", era muito complicado estabelecer um limite claro de até onde as pessoas poderiam ir comigo. Houve épocas de extrema solidão na infância. Tinha medo de me aproximar muito. Qualquer hora alguém ia me sacanear e eu não conseguiria reagir. Meus pais falavam: toma uma atitude, não deixa isso acontecer, faz que nem fulano, faz que nem cicrano. Nunca consegui.

E nada parecia ter muito jeito. As notas eram baixas, eu não tinha amigos.

Com meu primeiro namorado, as coisas fugiram muito do controle. O cara fez dívidas no meu nome, a gente tinha uma relação esquisita de maus tratos, de tortura psicológica. A história acabou e eu estava endividado e em frangalhos.

Veja bem, não sou vítima. Assumo que é dificuldade minha não saber dar limites às pessoas. Isso apareceu na minha análise essa semana.

Quando emagreci, achei que tinha conseguido vencer isso. Que nada. Só fiquei mais agressivo com as pessoas. Dando foras, sendo estúpido e mal educado.

E, na verdade, essa tem sido a minha saída ultimamente: a agressividade, a perda de cabeça, a loucura.

Eu sou louco, as pessoas são muito loucas. Cada vez mais acredito que para viver é preciso ser como em sala de aula: atento, ligado, tenso. Assim como os alunos que querem o tempo todo desrespeitar as regras, não por serem maus, mas por talvez isso ser uma imposição inata deles, as pessoas nos testam o tempo inteiro para saberem se podem ter ou não determinadas atitudes conosco.

Vivo uma relação intensa e apaixonada com uma pessoa linda, mas cheia de defeitos que, quando quer ser mau e ultrapassar um limite, não pensa duas vezes. Eu, por outro lado, volto aos meus problemas de antes e não sei como lidar com isso. Fico louco, agressivo.

Talvez eu seja muito duro comigo, mas não agüento mais viver assim. Não tenho mais o direito de me perder, de me enrolar, de ficar com a vida atravancada por não saber lidar com o mundo. Meu companheiro, na última vez em que brigamos, acusou-me de ser uma pessoa sem atitude. E o que mais dói é saber que isso é verdade. Inclusive ao me relacionar com ele.

Foda, cara. Preciso resolver isso.

Nenhum comentário: