segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Deu vontade de escrever, mas antes resolvi dar uma lida em posts antigos e fiquei chocado com o quanto usei este blog para registrar o martírio que foi a minha relação com meu ex. Coisas tipo esse post me fizeram lembrar de coisas que já tinha esquecido. O mais engraçado é me dar conta de que faz exatamente três anos!

Ontem o maldito me ligou três vezes. tem hora que assombração aparece. Muito engraçado porque faz um tempo que disse que só conversaria com ele se fosse por email e ele simplesmente ignora. Liga, manda mensagens e eu não atendo ou respondo.

Mas é chato saber que ele ainda me incomoda. Hoje estava conversando com a Mônica que eu gostaria de já estar em outra, talvez essas coisas não me incomodassem tanto... Ok, é chato, é deprimente: eu era perdidamente apaixonado pelo cara, depois a gente vai viver junto e a minha vida vira literalmente um inferno. Tem o lance de ele não ter qualquer ética ou moral e tudo o mais, mas tem também eu escolhendo viver isso sendo avisado por todos e pelo meu bom senso que iria quebrar a cara.

Sei lá. Mas vendo esses posts antigos também me dei conta de que eu vivia reclamando por andar em círculos. Acho que finalmente desviei do processo giratório e me encaminhei para alguma linha reta cujo o destino ainda não sei qual será, mas aparenta ser bacana.

Parei de gastar. Parei de tentar manter um padrão de vida que não posso dar conta de bancar. E isso nem está sendo dolorido, na verdade tenho bastante vergonha de só ter começado a agir assim aos 32 anos e depois de muita cacetada causada pela minha própria inconsequência.

Consegui parar de tratar o sexo como qualquer coisa. Na cultura gay rapidamente a gente aprende a ter prazer desvinculado de compromissos, intimidade, culpa, etc. Só que tem uma hora em que parece que não tem mais volta: a gente começa a se envolver com quaisquer pessoas, rola uma amargura por se pensar que a putaria será fator eterno na vida e, preciso confessar, comecei a me sentir desvalorizado. Estou vivendo um certo celibato há quase um mês e não tenho sentido vontade de abrir mão dele para trepar com qualquer um. Considero isso um avanço.

E faz um ano que me separei. E faz um ano que, pela primeira vez na vida, moro sozinho.

E, apesar de todos os problemas, esse tem sido um ano de paz. E que sentimento bom, cara! Na boa.

Talvez seja por isso que me surpreenda ler posts de 2007. Eu pensava que era feliz, e pior: pensava que a paixão inconsequente me daria satisfação. Como quebrei a cara.

Agora sei que finalmente estou amadurecendo. E como é bom!

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