sábado, 29 de janeiro de 2011

Ficar de férias em recuperação da crise financeira é foda.

Todas as pessoas significativas da minha vida (esse número não chega a 10) estiveram ocupadas ou viajando. Momento extremamente oportuno de entrar em crise e, por fim, me dar conta de que não aguento mais viver assim.

Eu tenho medo das pessoas legais. Não as deixo se aproximar.

Fico muito mais à vontade perto de companhias que inconscientemente (ou conscientemente) sei que não serão bacanas para mim.

Saquei que cada vez mais tenho me cercado de animais por neles encontrar o afeto que desesperadamente procurei de maneira viciada e equivocada em relações anônimas ou doentias.

A Fernanda diz que não mudaria em nada a minha infância porque, assim como o Harry Potter, eu não seria quem atualmente sou se as coisas tivessem sido mais fáceis. Ela diz que eu e ele somos especiais.

Eu gostaria que fosse diferente, sim. E não me acho especial. Só me acho muito fodido. Todo fodido.

Minha psicóloga quis entender como vez ou outra sou surpreendido pelo valor que gente como a Fernanda me dá e que não consigo enxergar em mim.

Respondi que desde criança tenho muita culpa e medo de ser descoberto. Fui sexualmente iniciado muito jovem em circunstâncias socialmente proibidas e religiosamente pecaminosas. Passei toda a vida adulta reproduzindo isso na minha vida sexual e, por isso, tenho medo de gente legal e me sinto à vontade perto de companhias que inconscientemente (ou conscientemente) sei que não serão bacana para mim.

Então finalmente entendi porque sempre me dei tão pouco valor.

E fui ao DASA e ganhei da Mônica uma bíblia.

Aguardo desesperadamente a volta ao trabalho para não ficar tão à mercê disso o tempo todo na cabeça.

E que Deus me ajude.

Nenhum comentário: