quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Entrei numa viagem de que herdamos de nossos parentes não só as características físicas, como também as psicológicas. Comecei a pensar sobre isso quando os cães chegaram. Li muito sobre as raças e fiquei intrigado com o fato de certos cães que apresentam características "indesejáveis", como agressividade e agitação excessiva, são retirados do programa de criação. Ora, por que isso não se aplicaria aos humanos.

Fiz algumas disciplinas de psicologia e de sociologia no curso de Letras e saí com a tendência de acreditar que somos todos resultado de cultura e família (consciente de que minha afirmação é simplória). Nada sei de genética, mas sei lá...

Percebo que na família do meu pai o sexo ocupa um lugar muito importante. Não lembro de qualquer um dos parentes que não oscile entre a sensualidade e a vulgaridade. Já na família da minha mãe, percebo uma grande busca espiritual. Questões de alma e existência fazem esse pessoal oscilar entre o equilíbrio e o fanatismo.

Será isso somente o meio ambiente?

Tenho, entretanto, dois tios de cada uma das famílias já falecidos cujos comportamentos me intrigam. Ambos tinham o vício do alcoolismo e morreram em decorrência dele (um atropelado e outro de sirrose), ambos eram muito isolados de todos, solitários. Um descobri que era homossexual por relato da minha mãe, o outro jamais apresentou uma namorada, esposa, o que seja. Suspeito que fosse também. Só que, ao contrário de minha mãe, que sempre me expõe tudo, fala de tudo comigo (suspeito que falando para si mesma), meu pai é uma pessoa extremamente reservada. Jamais sei de fato o que ele pensa das coisas.

E penso o que tenho desses dois tios em mim. A cada ano que passa, mais isolado e solitário fico. É uma queixa, mas também sei que de todas oportunidades que surgem de estreitar um contato mais íntimo com quem quer que seja, fujo correndo.

Jamais estive mais em paz do que atualmente, que estou completamente só. TODAS as vezes que vivi com alguém (inclusive minha família) tive a sensação desesperada de sufocamento e invasão. A solução não é essa solidão, eu sei. Está em conseguir estabelecer relações saudáveis com as pessoas.

Eu quero tanto, só não sei direito como começar.

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