quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Ontem estava conversando com o Ugo sobre o medo que tenho de me apaixonar de novo. Afinal, eu sempre pirei com caras que nunca valeram a pena e morri de sono com os legais. Daí que depois de falar sobre um monte de coisas, levantei essa questão na análise.

_ Mas você já reflete sobre isso há algum tempo e identificou o que havia no Paulo que te atendia, não? - Questionou a psicóloga.

_ Sim, e acho que mudei bastante de valores.

_ Ficamos por aqui. (Ela é lacaniana - eu acho que eles encerram a sessão quando chegamos à conclusão, como se estivéssemos escrevendo um parágrafo).

E voltei pensando nisso. No quanto vejo as coisas de um jeito diferente hoje em dia.

Mais tarde, meu pai foi com minha mãe lá em casa me entregar umas roupas de magro do Daniel (trocamos de lugar: agora eu sou magro e ele é gordo). Assim que pôde, papai pediu para usar o computador e depois de algum tempo me mostrou o carro que ele vai comprar ainda essa semana.

_ Mas, pai, você terminou de pagar o carro atual?

_ Não.

_ Então por que você não termina de pagá-lo e fica com ele com um pouco de paz na vida, sem prestações?

_ Por que consegui uma promoção ótima e vale a muito a pena ter carro zero, já que dificilmente tenho que ir ao mecânico.

_ A Fernanda não tem carro zero, comprou à vista e nunca vai ao mecânico.

_ A Fernanda não viaja tanto de carro quanto eu e sua mãe.

Fiquei meio atônito e questionei:

_ Então quer dizer que o senhor vai passar o resto da vida pagando prestação de carro?

_ Sim, ué.

_ Não seria melhor então pagar uma prestação pra uma casa melhor?!

Acho que finalmente entendi de onde vem minha relação completamente absurda com dinheiro. Fiquei pensando no quanto eu gastava meu tempo em comprar aparelhos eletrônicos, roupas, etc.

Definitivamente mudei bastante de valores.

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