terça-feira, 25 de outubro de 2011

Ontem eu estava extremamente aborrecido com a vida, com tudo, voltando no ônibus ouvindo Marcelo Camelo quando de repente começou uma gritaria.

_ Sai fora agora, seu filho da puta. Por que você gritou com ela?

_ Você é um viado, bicha!

Esses impropérios e outros foram emitidos em menos de um minuto. Pensei que era algum assalto, fiquei terrivelmente preocupado em estar carregando o laptop da escola na mochila (o que menos preciso agora é dever mais 2.000,00 R$ a alguém), mas não passava de um bêbado chato sendo impertinente com a trocadora e expulso pelo motorista.

Esse cara vive circulando na minha rua. Vira e mexe o encontro quando vou ao hortifruti ou à padaria. Sempre comprando cachaça, tentando desfazer algum mal entendido, enfim, passando vergonha. Eu já o havia notado por que me chamou muito a atenção o olhar de riso desacreditado que os comerciantes dirigiam a ele.

Em todas as vezes, inclusive na do ônibus, eu tive uma mistura de aversão e pena àquela figura. Eu tenho tanto medo do ridículo... E já houve tantos como esse homem na minha família...

Eu fiquei imaginando se esse cara teria filhos e o que eles sentiriam ao vê-lo criando situações para ser tratado dessa forma com toda a razão pelas pessoas.

Daí cheguei à conclusão de que pena mesmo mereceriam esses possíveis filhos. Eu nunca realmente me compadeci de gente impertinente que sofre as consequências da reação de suas vítimas retiradas da paz. Além disso, foi ele quem xingou o motorista de viado e bicha. Cretino, isso lá é xingamento?!

Enfim, no fundo, no fundo sempre dá medo de virar algo assim.

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