domingo, 15 de janeiro de 2012

Que semana punk

A casa foi dedetizada e os cães começaram a ter reações de intoxicação. Dei um antitóxico, liguei para todos os veterinários que conheço,aquela loucura. Por fim, depois de medicados, decidi que seria melhor afastá-los daqui até segunda à noite, ou seja, depois da faxina da Tereza.

E de repente me vi sozinho aqui com o papagaio, que está bem.

Que sensação estranha.

Tudo começou quando Miró apareceu com a doença do carrapato. Eu já tinha visto alguns aqui pela casa e esperei dar os dois dias de banho para poder colocar neles todos o Frontline (carrapaticida que aplico nos cães), conforme a bula manda. Mas, mesmo assim, as criaturas nojentas continuavam pela casa. Olívia começou a ficar estranha e entrou na medicação também.

Nessa história, perdi uma semana e muita grana.

Além disso, tem a tristeza que venho sentindo desde que me despedi da minha paixão de verão. Aquela carência chata intensificada pela ausência dos amigos, pelos melodramas familiares, pela sensação de solidão.

Alexandre veio aqui três vezes nesta semana-punk. Apesar do sexo bom, em todas elas me perguntei se deveria manter nossa história. Afinal, o papo de "só trepamos e somos felizes" não é real.

E acho que no fundo estou a fim mesmo é de curtir essa leve dor de perda de amor que sinto por uma relação que só durou três encontros. Afinal, é triste, mas não chega àquele sofrimento terrível. Nem dá.

Também pode ser o lance que cada dia percebo mais em mim: sou monogâmico. Não há qualquer questão moral nisso. Simplesmente não tenho vontade de ficar com outras pessoas quando me sinto apaixonado e correspondido.

Essa, na verdade, foi a minha primeira grande decepção com meu ex. Ele não queria exclusividade.

No réveillon, conheci a esposa de um amigo meu. Eles têm um casamento aberto e troquei confidências com ela sobre isso. Disse que a primeira vez que vi meu ex beijando outro senti uma tristeza tão forte que chorei a ponto de perder as lentes de contato.

Ela me disse: "Isso é muita novela que você vê!"

Será?

Acho que não. Gosto de simplicidade, de segurança, tranquilidade, paz. Monogamia sincera traz isso. Era tudo o que eu não tinha...

Mas isso é uma outra história.

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