domingo, 29 de janeiro de 2012

Toda vez que me apaixonei, fiquei tão desesperado! Nunca entendi muito bem como perdia tão fácil o controle e me humilhava tanto.

Eu implorava por amor.

Estava acostumado a perder amigos, a saber que um dias eles iam. De certa forma, não era mais tão ligado à família. Logo, quando algum namorado que eu amava me deixava inseguro, eu pirava, podia perder tudo. Foi assim com meu ex. E tudo o que ele fazia me causava esse sentimento. Até que o jogo se inverteu, mas o melhor a fazer foi me desvincilhar dele. Nem sei como consegui.

Eu ando falando da minha necessidade de amor porque, por mais óbvia que pareça, não era muito clara para mim. Acho que entendi agora, pois estou novamente apaixonado. As coisas são meio engraçadas, pois isso foi acontecer justamente com um cara que eu já sabia que iria embora.

Só Deus sabe o quanto me custa não fazer uma cena, não ser impertinente na internet, não mandar emails carentes e todas as palhaçadas que eu fazia em nome do amor. Na verdade, quando essas ideias tolas me vêm à cabeça, lembro que o desespero passou.

Eu tenho os cães. Eu tenho a Fernanda. Amor existe na minha vida.

Quando estávamos deitados no motel, falei dos meus cachorros e ele fez a seguinte observação:

"Isso é carência."

Muito prespicaz, não?

"Eu sei que é.", respondi. "Nunca me reconheci amado. Foi o jeito que dei."

Na última vez em que o vi, bebemos muito, ficamos soltos. Falamos sacanagens, falamos um do outro. E nessa ele me disse, entre outras coisas de que não me recordo direito:

"Você é muito seguro."

Pelo que falei da minha vida, acho que deve ter imaginado que não foi nem é fácil conseguir isso.

E eu peço força para seguir em frente, voltar a trabalhar, me apaixonar de novo ou estar bem para o possível dia em que ele volte e quem sabe a gente retome a história interrompida.

Vou seguir a vida tentando reconhecer, de fato, o verdadeiro amor.

Sim, pois, quando disse que nunca me reconheci amado, eu tinha plena consciência de que recebi diversas vezes esse sentimento na vida e não percebi que estava lá. Procurava nos lugares errados, dos jeitos equivocados.

Antes de ir embora, escreveu para mim:

"Já tô com uma saudade filha da puta do que teria acontecido se eu ficasse por aqui --- aahahaha, parece papo de bêbado, né? "

Fico devaneando o que ele imagina que teria acontecido. Fico imaginando o que teria acontecido. Mas fico mesmo com o que tenho: o trabalho que vai recomeçar e vai ser punk, as dívidas que só acabam em cinco anos, os bichos para cuidar e a cabeça para terminar de ajeitar.

Um comentário:

Fernanda disse...

Fico muito feliz de ter esse lugar na sua vida. É muito bom ser reconhecida por isso, pelo Amor. Sabe que um namorado e grande amigo meu me disse isso uma vez? Que eu sei Amar.. Fiquei orgulhosa e cuidei disso.. De saber Amar.Eu Amo mesmo vc.