sábado, 28 de fevereiro de 2004

Cidadania capenga

Eu sou um cara que preza pelo respeito. Sou contra uma coisa chamada preconceito linguístico. Acho que nem todo mundo tem bom domínio da norma culta da língua por uma questão de oportunidade. No entanto, às vezes perco a paciência. Principalmente se vejo uma overdose de coisas absurdas escritas ao mesmo tempo.

E é o que acontece todos os dias quando entro no meu prédio. Os bilhetinhos de cidadania espalhados pelos corredores são um verdadeitro primor (aarrggghhhhhhh):

"AVISO
Interfone com defeito
Não mecha na trava do portão"

Tá bom, eu também cometo esses erros ortográficos malucos de vez em quando. Normal. Mas se fosse só isso...

"ATENÇÃO
Evite agromeração na portaria. Pague seu condomínio em dia para fazermos melhorias."

Agromeração?! Uma palavra nova? Acho interessante a coesão do aviso. Tudo bem encadeado. Uma idéia leva até a outra...

"INADIMPLÊNCIA
Condomínio L.

Tem 3 execução com pedido de penhora de bens

Não é do meu interesse que famílias venham sofrer este acontecimento conforme esta notícia de jornal. Mas é lamentável pois todas as tentativas para compor um acordo, foram esgotadas."

Ai... O que foi que aconteceu com a concordância verbal, hein? Quanto ao resto do texto... Joga no lixo que é melhor.
Tudo isso é até (ai) aceitável. Mas nada se compara ao recadinho da lixeira:

"Colaborem ajudando a conservar a nossa lixeira limpa evitando:
Não jogar sacos de lixo no chão;
Não deixar vasilhames no chão;
Não deixando qualquer outro tipo de objetos que venham a nos trazer baratas, ratos e outras pragas indesejáveis, alem do mal cheiro.

Colaborem, assim venceremos um mal que depende exclusivamente de nós."

Fora a falta de alguns acentos e do erro (quase) compreensível no uso de "mal" e de "mau", se eu for cumprir à risca o que o lembrete me pede, aí é que a lixeira virará um pardieiro...

Eu devo estar com um péssimo humor.

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