domingo, 25 de abril de 2004

Quase de volta à vida normal (ou sacal)

Eu tive um feriado muito bacana. Diverti-me bastante, conheci pessoalmente um amigo que tem estado diariamente na minha vida por meio de palavras na tela há mais ou menos um ano e fui apresentado a um blogueiro muito gente fina e legal de se conversar.

Mas hoje não dá pra contar os detalhes. Amanhã eu começo. Muitos papos profundos e, claro, bastante zoação e palhaçada porque ninguém é de ferro.

Agora é fim de feriado: hora de organizar o dia útil que chega, realizar trabalhos pendentes...

Chove. Um convite à introspecção ao som de Isobel.



E já fiquei tempo demais hoje na net por causa do orkut. Parece que finalmente minha relação com esse treco aí tem melhorado depois que convidei alguns amigos e que descobri comunidades do B&S e do Caio Fernando. Legal parar com o monólogo sobre esses assuntos e realmente ter com quem discuti-los.

Ah, pode parecer que minha adoração ao autor gaúcho chega à beira do fanatismo. Talvez vocês me imaginem acendendo velas e fazendo orações para realização de pedidos, coisas do gênero. Não é bem assim. Cheguei à vida dele um pouco depois de me emocionar muito com os textos. Afinal, quem não quer saber um pouco sobre o cara que te faz chorar de emoção e sentir coisas lindas ao lê-lo? Natural, né? Por isso, acho que o seguinte trecho mais uma vez explica a minha profunda NECESSIDADE de estudá-lo:

Tão geladas as pernas e os braços e a cara que pensei em abrir a garrafa para beber um gole, mas não queria chegar meio bêbado na casa dele, hálito ardido, eu não queria que ele pensasse que eu andava bebendo, e eu andava, todo dia um bom pretexto, e fui pensando também que ele ia pensar que eu andava sem dinheiro, chegando sem táxi naquela hora toda, e eu andava, estômago dolorido, e eu não queria que ele pensasse que eu andava insone, e eu andava, roxas olheiras, teria que ter cuidado com o lábio inferior ao sorrir, para que ele não visse o meu dente quebrado e pensasse que eu andava relaxando, sem ir ao dentista, e eu andava, e tudo que eu andava eu não queria que ele visse nem quisesse, mas depois de pensar nisso me deu um desgosto porque fui percebendo, por dentro da chuva, que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era (ABREU, Caio Fernando. Além do ponto. In: Morangos mofados. 3ed. São Paulo: Brasiliense, 1983. p. 14) [Grifos meus].

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