quarta-feira, 5 de janeiro de 2005

Susto

Ia do Grajaú para a Pça. Saens Pena no ônibus expresso que faz a ligação com o metrô, quando vi uma cena estranha. No coletivo que ia ao lado, as pessoas estavam todas deitadas no chão. Pensamento inicial:

Devem estar sendo assaltadas lá dentro. Coitadas.

Mas fiquei atento e percebi que havia um homem-estilo-classe-média circulando na rua em que passávamos com uma arma em punho. Aliás, todos perceberam e o pânico foi generalizado, já que o motorista estava parado e não demonstrava sinais de partida. Óbvio que entrei na gritaria:

Está esperando o quê, motorista? A gente levar um tiro???????!!!!!!!

Aí, nada restava a fazer do que tentar entender a cena. Havia um rapaz deitado no chão, como se tivesse rendido e o tal cara. Deduzimos que ele reagiu a algum assalto e foi bem sucedido, o que já parecia bastante louco.

Fomos embora e é claro que, entre um choro e outro dos mais nervosos, começaram aqueles papos de experiências com violência que sempre surgem entre desconhecidos após incidentes semelhantes.

Estamos todos aterrorizados.

E vim embora pensando no quanto pode ser desagradável viver em cidade tão caótica... O meu grande problema foi a arma. Tão chocante vê-la assim: explicitamente. A sensação é parecida quando aparecem aqueles policiais dentro de carros com as metralhadoras expostas. Será que alguém realmente pensa que nos sentimos seguros vendo aquilo?

E parei de ser Poliana por umas horas e fiquei prestando atenção aos mendigos deitados e mijando sem vergonha na frente de todo mundo.

:-(

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