Ia do Grajaú para a Pça. Saens Pena no ônibus expresso que faz a ligação com o metrô, quando vi uma cena estranha. No coletivo que ia ao lado, as pessoas estavam todas deitadas no chão. Pensamento inicial:
Devem estar sendo assaltadas lá dentro. Coitadas.
Mas fiquei atento e percebi que havia um homem-estilo-classe-média circulando na rua em que passávamos com uma arma em punho. Aliás, todos perceberam e o pânico foi generalizado, já que o motorista estava parado e não demonstrava sinais de partida. Óbvio que entrei na gritaria:
Está esperando o quê, motorista? A gente levar um tiro???????!!!!!!!
Aí, nada restava a fazer do que tentar entender a cena. Havia um rapaz deitado no chão, como se tivesse rendido e o tal cara. Deduzimos que ele reagiu a algum assalto e foi bem sucedido, o que já parecia bastante louco.
Fomos embora e é claro que, entre um choro e outro dos mais nervosos, começaram aqueles papos de experiências com violência que sempre surgem entre desconhecidos após incidentes semelhantes.
Estamos todos aterrorizados.
E vim embora pensando no quanto pode ser desagradável viver em cidade tão caótica... O meu grande problema foi a arma. Tão chocante vê-la assim: explicitamente. A sensação é parecida quando aparecem aqueles policiais dentro de carros com as metralhadoras expostas. Será que alguém realmente pensa que nos sentimos seguros vendo aquilo?
E parei de ser Poliana por umas horas e fiquei prestando atenção aos mendigos deitados e mijando sem vergonha na frente de todo mundo.
:-(
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