terça-feira, 7 de junho de 2005

Mudando o caminho

Quando comecei a trabalhar no Recreio, não conhecia muitos itinerários para lá chegar. É assim: se Realengo é longe, o bairro onde se localiza meu emprego não fica perto de absolutamente NADA. E isso não é exagero.

Daí que eu pegava o famigerado 756 – pior ônibus do Rio de Janeiro – para descer na Barra e, de lá, tomar outra condução até o destino que torna minha vida financeira viável. “Mas por que é tão ruim assim?”, alguma alma descrente de minhas críticas pode perguntar... E eu faço uma lista (estou pegando mania delas aqui no blog, parece):

. Nunca está menos do que lotado;

. Não é sujo, como a maioria dos busus dessa cidade, é IMUNDO. Roçou em qualquer parte dele, tem que jogar a roupa no cesto. Não tem jeito.

. Não tem suspensão. A cada curva mais acentuada que faz, mais próximos nossos rostos ficam do chão;

. Vive enguiçando. Aí o pessoal desce de um carro super-lotado e espera outro mais cheio ainda para se enfiar no meio do povo e tentar chegar inteiro no trampo;

. A cigarra não funciona, logo, é comum a gritaria toda vez que o motorista não pára no ponto desejado pelos passageiros e, mesmo depois das reclamações, insiste em continuar, com cara feia (?!), seu caminho.

. Ele passa pela Taquara e pela Cidade de Deus: funis estreitos que vivem parados. Tem coisa mais frustrante do que estar sujo, espremido e em pé numa condução enfiada num engarrafamento louco sem perspectiva de saída?



Pois é. Essa era a minha vida... Só recentemente descobri outro meio mais em conta nos quesitos conforto e tempo. É assim, eu pego um busu que passa na porta da minha casa até o Sulacap (ele roda bastante pelo bairro. Suponhamos aí, uma meia hora num dia bom). De lá, tomo outro que me deixa no início da imóvel Taquara (lá o trânsito ainda não é tão lento assim), desço e entro numa dessas kombis que vão para o Recreio pela estrada dos Bandeirantes.

Minha vida mudou!

A grande reclamação que tenho desse último meio de transporte? Somente os motoristas com os rádios ligados num som sertanejo. Nada que meu Discman luxo não resolva!

Assim, o percurso é rápido, tranqüilo e cercado de um cenário maravilhoso, afinal, passo por uma parte da cidade que parece interior: até morros intocados e carregados de Mata Atlântica eu vejo. E o gran finale é, às 7h da manhã, dar o meu bom dia ao mar.



Chegar ao trabalho assim dá até ânimo, nem reparo que pago mais uma passagem!

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