terça-feira, 16 de agosto de 2005

De mãos atadas

Quando, em meados de maio, uma colega perguntou-me se eu tinha tempo livre para trabalhar a partir de julho, achei uma boa, afinal, o mestrado acabaria no final de agosto e, com mais duas manhãs cheias, poderia manter, até o fim do ano, a mesma grana que vinha tirando até então. O único diferencial estaria relacionado ao fato de ela vir por meio de uma carteira assinada, o que já seria bem mais garantido.

Só que acabou não sendo bem assim. Na hora de receber o contra-cheque, o meu dinheiro líquido era bem inferior ao que esperava. Sou meio ruim de conta mesmo, por isso esqueci completamente de que o salário que o Departamento de Pessoal me informou era o bruto. Tantos descontos...

Até aí tudo estaria bem.

Só que percebi que fiz uma grande merda. Ou dei azar, sei lá. Em dois dias a mais de trabalho, tenho muito mais estresse do que os meus outros antigos 3 dias muito bem remunerados. Peguei duas séries de Gramática, duas séries de Redação. O que isso significa? 4 planejamentos, 4 testes, 4 provas, etc.

Mas esse ainda não seria o problema.

O fato é que estou lidando, pelo menos uma vez por semana, com crianças da pior espécie: respondonas, sem limites, preguiçosas, debochadas, apáticas... Sinceramente... Não tenho saco. Não tenho o MENOR SACO. E só quem dá aula sabe a frustração e o sentimento de impotência que rola depois de um péssimo dia de trabalho.

Agora é que vem o foda. Contando com a grana, topei alugar um apartamento dividindo as despesas com um amigo. Já tenho até as chaves. Nenhuma possibilidade de eu mandar todo mundo se foder e tirar o meu time de campo. Como se não bastasse, o "novo" emprego é na mesma empresa em que sempre trabalhei... Claro que com coordenações diferentes, salários diferentes e localidades diferentes. Não haveria a menor maneira de sair de um sem me queimar no outro.

Então, amigos, essa será a minha sina até o final do ano (porque eu HEI de conseguir algo melhor em janeiro!): dormir angustiado na segunda, ter sempre uma péssima manhã de terça, passar a tarde do mesmo dia remoendo as afrontas, desrespeitos, malcriações e tudo o mais e acordar ainda de ressaca do mal-humor na quarta.

Ok, muita gente nem emprego tem... Mas estou muito puto. Então eu me mato de estudar para isso?

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