domingo, 26 de março de 2006

Estranhos conhecidos

Outro dia peguei um busu para a casa da minha mãe. Decidi ficar em pé, pois o tomei de peguiçoso que sou e desceria logo (ok, o sol de Realengo, às 13h estava tinindo...). Daí que a vizinha de frente da minha mãe levantou e ficou cara-a-cara comigo na hora de descer.

O que mais nos incomodou nessa moradia foi justamente o fato de nossa janela dar para a casa de outra pessoa. E tal pessoa, desde o primeiro dia em que dormimos por lá (e isso tem mais de 20 anos...), é justamente essa mulher. Sabe o mais engraçado? Nunca nossas famílias se falaram. Irônico. Ela deve ter presenciado praticamente todos os barracos por nós produzidos (e não foram poucos), assistido a todos nós crescer, assim como sabemos sua profissão, percebemos quando ela foi abandonada pelo marido, achamos seus filhos muito esquisitos e temos que aturar seu péssimo gosto musical (Ana Carolina ninguém merece)...

E eu fiquei pensando nisso tudo enquanto aqueles segundos entre a puxada da cigarra e a parada do ônibus pareciam não terminar tamanho o silêncio desconfortável.

A vida é meio doida. Agora, moro também de frente para outra pessoa. Só que mais próximo ainda. Deve ser carma.

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