quinta-feira, 29 de julho de 2010

I want to break free

Do nada apareceu online um colombiano com quem eu transava de vez em quando. Era aquela época de finalmente ter saído da casa dos meus pais e o meu esporte favorito era fornicar por aí. Fazia muito tempo que não cruzava com ele. A última vez que o vi acredito que foi no Galeria. Ele me deu um baita mole, mas obviamente eu estava completamente apaixonado e cego por algum dos idiotas que foram tema de posts sofridos de rejeição e não dei bola. Lembro como se fosse hoje a cara do amigo que estava comigo nesse dia, acho que era o Cramus. Ele ficou chocado comigo por que definitivamente aquele colombiano não era de se jogar fora. O cara é lindo.

Resolvi puxar papo com ele. Em poucos minutos sou informado de que está na Espanha.

"A crise econômica não está te afetando aí?"

"Muito! Mas no Brasil eu não poderia casar."

Pois é. Esse assunto vai e vem na minha cabeça...

Casou com um húngaro mais lindo de morrer ainda. Perguntei se houve celebração. Ele disse que alugou um barco que foi de Praga a algum outro lugar muito chique cujo nome não lembro, chamou poucos amigos, ficou desidratado de calor e choro. Disse que em parte foi embora do Brasil por, depois de 10 anos, não conseguir ter qualquer relacionamento e de não conhecer qualquer casal comprometido um com o outro.

Não soube o que dizer. A maioria dos casais gays que conheci cuja relação era duradoura transaram juntos comigo e, apesar de me divertir, eu achava isso um tanto deprimente. Para eles, claro... Se bem que para mim também, pensei agora: ia para casa sozinho.

Acho que o Brasil não é um bom lugar para ser gay. Definitivamente.

No meio dessa conversa, recebo uma mensagem do meu ex. Quer me ver. Diz que o conheci no momento mais complicado de sua vida e gostaria que eu estivesse junto dele agora que finalmente encontrou um caminho. Não duvido da sinceridade, mas uma lista de coisas muito ruins apareceu na minha cabeça. Acho que já enumerei a maioria aqui e simplesmente não consigo querer revê-lo. Para o que quer que seja. Dessa história só quero cuidar das feridas que, chorando agora há pouco, percebi que não cicatrizaram.

Nenhum comentário: