segunda-feira, 28 de junho de 2004

Sobre dormir, fúria adormecida e cortes de cabelo

Aproveitei o sábado e o domingo para pôr o sono em dia. A semana passada foi meio barra-pesada no trabalho e sei que parte do problema era o sono incontrolável que eu estava sentindo. Acho que o fato de não ter saído nenhum dia foi também uma tentativa inconsciente de economizar dinheiro, já que ando à perigo. Só sei que foi uma pena ter perdido mais uma parada gay... Dá para acreditar que nunca fui a nenhuma? Patético.

O bom foi que hoje cheguei com a corda toda para as minhas atividades. A maioria das pessoas deve ter ficado meio espantada. Foi ótimo. Saí de lá bem animado e contente comigo mesmo.

E é claro que voltei dormindo no bus. É de lei: COISA DE POBRE. SABE CUMÉ!

Daí que cheguei a casa, tomei banho, liguei o PC pra terminar de baixar o último CD do Morrissey e um episódio de Queer as Folk (estou nesse há pelo menos 3 dias...) e fiz, depois, algo que não conseguia há tempos: assistir a um bom filme no Telecine. E olha que nem gosto de filmes de ação e tals... Mas esse, que se chama A Experiência, realmente me surpreendeu. A maior doideira! Eu não sei se é só comigo, mas quando vejo uma obra em que os heróis sofrem injustiças demais, todo o meu lado animalesco e cruel surge quando eles resolvem dar o troco. Como gritei sozinho na sala coisas do tipo:

MATA! ENFORCA MESMO ESSE DESGRAÇADO!!!!!! ISSO! BATE! BATE!!!!!!!!



Nossa, é uma espécie de catarse, eu acho.

:-)

Ah, o protagonista é TÃO gato... Afe! E falando em alemão! Tudo!

É. Eu sei que está meio podreira, mas vou fechando por aqui mesmo esse post na seguinte dúvida cruel: volto ou não volto a raspar a cabeça? ESTOU ME SENTINDO HORRÍVEL COM ESSE CABELO CRESCENDO!!!!!

sábado, 26 de junho de 2004

Um sono anormal

Transformou o meu dia numa coisa inútil. Mal consegui conversar com as pessoas, fazer minhas obrigações (que, graças a Deus foram bem poucas) e permanecer atento. Era assim: se havia uma cadeira ou uma parede onde me encostar, lá estava eu, fechando os olhos. Dormi no bus tanto na hora de ir quanto na de voltar do trabalho. E olha que estamos falando de um percurso que leva quase sempre UMA HORA E MEIA! Ao chegar em casa, só deu tempo de tomar um banho, comer qualquer coisa e entrar rapidinho na net. Logo depois, deitei e apaguei completamente no sofá. Só despertando para ver o final da novela.

Isso é normal?

(Pausa para ouvir com atenção a melodia de Seeing other people, do Belle and Sebastian...)

O que eu sei é que acabei desistindo de ir à maratona de filmes com temática gay do Odeon... Mesmo havendo um curta do Dama da noite, conto do Caio Fernando Abreu. Ai, só de imaginar passar a noite inteira acordado com tantas coisas de trabalho para fazer (as férias estão chegando!!!) em casa... Não deu. E ainda me comprometi a ajudar um amigão com um trabalho que ele tem que entregar na segunda. Ou seja, preciso descansar mais e mais!

Fico pensando no motivo disso. Talvez tenha sido o encontro de quarta... Sabe como é: acabo dormindo pouco.

Eu andava pela rua com resquícios da deprê que motivou o último post até que ele me ligou. Fiquei feliz. Marcamos um cinema. A primeira frase que ouvi ao nos encontrarmos foi:

"Como você está bonitinho com o cabelo crescido!"

:-)

Às vezes eu penso que todos esses agrados sejam somente cantadas bem baratas. Ora, o que esperar de um inseguro inveterado? Hein? Mas fez bem ouvir a tal frase e depois assistir ao filme Respiro (muito bom! Alguém sabe o nome da música que toca???) de mãozinhas dadas.



Sei que é brega, mas...

Ai, ai...

Nem estou tão carente mais!

terça-feira, 22 de junho de 2004

Pequena crise

Estou um tanto quanto carente. A auto-estima deu uma baixada meio drástica de uma hora para outra. Vou me trancar um pouco em mim mesmo e buscar respostas por aqui. Não é muito inteligente altas doses de internet para buscar um pouco de afirmação. Acho que tal atitude só piora as coisas. Pelo menos para mim, com essa maldita personalidade obsessiva.

Tenho algumas coisas sérias a fazer.

O blog é bom por que dá pra fazer uma catarse de vez em quando, né?

Até mais ver.

Ao som de Little girl , do Drugstore.

Finalmente, o espelho

Foi em mais uma daquelas manhãs rotineiras em que ela acordava às 4h45min para pegar a condução às 5h30min com alguma esperança de ir sentada. Era assim há três anos, desde a viuvez. O marido, autônomo, não deixou pensão e, de uma hora para outra, viu-se inexperiente tendo de procurar emprego para sustentar os dois filhos pequenos e a si mesma. Conseguiu trabalho como inspetora numa escola e todo dia precisava sair cedo, voltar tarde e deixar as crianças na casa da mãe. À noite, dava atenção a seus filhos e, nos fins de semana, arrumava a casa.

Esqueceu-se de si mesma. Os cuidados pessoais se resumiam a tomar banho, escovar os dentes, pentear os cabelos e vestir roupas limpas. Tudo automaticamente, sem prazer ou interesse. Simplesmente deveria ser feito. Não pensava em homens. A dor da falta do marido já não era tão grande, mas nem cogitava de encontrar outra pessoa. Todos a diziam jovem, que deveria seguir em frente, mas era como se o desejo tivesse sido amputado do corpo.

Estava assim, vivendo a rotina: sentada no ônibus e pensando em dívidas, má-criações das crianças, trabalho e mercado quando percebeu um olhar insistente em sua direção. Era de um homem. Bonito. Estranhou. Pensou que devia haver algo de errado consigo mesma. Talvez estivesse com o cabelo desarrumado ou com a roupa rasgada. Tocou-se e tudo parecia normal. Imaginou que na verdade ele não a observava, mas que simplesmente olhava em sua direção.

Fortuitamente passou a prestar-lhe mais atenção. Era jovem, uns trinta anos no máximo, aproximadamente sua idade. Alto, mãos e braços grandes, protetores. Ostentava a barba por fazer e uns olhos castanhos fundos que a olhavam como os olhos de um homem olham uma mulher e se sentiu envergonhada. O rosto deve ter ficado vermelho. Um calor pelo corpo, uma vontade de sair correndo dali e de, ao mesmo tempo, permanecer. Fazia tantos anos que não se sentia assim desejada, que nem se lembrava mais da sensação. O marido veio à cabeça: o calor do corpo, a segurança dos braços... Aí veio a culpa. A culpa que surge sempre com o prazer.

Chegou a hora de descer. Ele continuava mirando-a, analisando-a e ela pensou que não seria capaz de se levantar ou de sequer andar. Conseguiu. Ao deixar o ônibus, quis conferir se tinha sido mesmo verdade e ficou olhando para as janelas, procurando-o. E lá estava ele. Com os olhos do desejo.

Foi caminhando com uma sensação boa. Uma vontade de rir, mas alto, como há muito tempo não fazia. Chegando à escola, correu ao banheiro, pois precisava fazer algo: ver-se. Acendeu a luz e olhou-se no espelho. Ainda era bonita, percebeu. Os cabelos castanhos caindo em cachos, o rosto com traços fortes, mas proporcionais, os grandes olhos negros... Perdeu-se por muito tempo na autocontemplação. Esqueceu-se de tudo: casa, filhos, mãe, contas, mercado, trabalho... Concentrar-se em si mesma era só o que conseguia.

De repente, o sinal tocou. 7h10min. Os meninos começariam a subir. Estava atrasada. Hora de trabalhar, voltar à rotina, à vida. Tinha de controlar a entrada deles. Saiu apressada do banheiro, deixando no espelho somente o reflexo de azulejos brancos e limpos.

domingo, 20 de junho de 2004

If you're feeling sinister

Eu faço o quê? Hein? Se estiver num estado desses aí que o título indica?

Ando meio deprê por que o ser-humano consegue sempre se mostrar inferior. Capaz de falar e praticar monstruosidades.

Parei pra dar atenção a um dos spams do orkut (nunca os leio antes de deletá-los). Aquele que falava sobre homofobia e acabei entrando numa comunidade e, depois, num fotolog. Muito ruim. Deplorável mesmo. É podre saber que tem gente que me odeia sem nem ao menos me conhecer simplesmente por que existo e sou gay...

Bom, e, segundo tais pessoas, discordar disso é ser ignorante.

As coisas não estão meio invertidas??????

Anyway, pra melhorar o meu findi, assisti a um filme chamado Em nome de Deus (mais um péssimo título em portugês). É uma história real que mostra do que as pessoas foram capazes de fazer a partir de argumentos tirados da bíblia num passado não tão remoto na Irlanda...



Gente, será que ninguém consegue perceber que a mensagem de Jesus era de tolerância, respeito e fraternidade entre as pessoas? Até quando esse povo vai ter tal deficiência em interpretação textual? Hein?

Coisas assim me deixam mal. Arrasado. É duro ser Pollyana de vez em quando...

Ao som de If you are feeling sinister , do Belle & Sebastian...

sábado, 19 de junho de 2004

Ando preguiçoso...

Num estado grande de letargia. Devem ser esses dias bonitinhos lá fora, mas frios aqui dentro de casa. O apê é térmico, acho. Ou sei lá como se chama isso de intensificar as temperaturas da rua: no verão, se já é quente, ele vira um inferno - o verdadeiro caldeirão do diabo; e, com essas temperaturas amenas, fica um geladinho no chão e no ar. Aí, só penso na cama.

:



O problema é a barriga. E as coisas acumulada nas gavetas: as leituras, as obrigações. Nessas últimas, sempre dou um jeito. Até acho excitante a adrenalina de ter que resolvê-las em cima da hora. Agora, com relação à primeira... Dá uma preguiça...

Nessas horas, tenho vergonha!

Sabe quando a gente olha para aquele povo muito, muito rico e pensa que jamais terá tanto dinheiro? É exatamente assim que fico ao ver os carinhas todos malhadinhos. Mas nem sei se gostaria de algo assim. Acho que não combina comigo. Só perder a barriguinha já tava bom.

O problema é que eu DETESTO academia. Sinto-me mal! Como se estivesse no banheiro fazendo número 2 para uma platéia composta de gente indiscreta. Tá, é psicose minha, eu sei. Qualquer dia supero.

:



O pior é pensar desse modo mesmo tendo consciência de que sou invisível em qualquer um desses centros de saúde e beleza, né?

quinta-feira, 17 de junho de 2004

Um troço assim... Fragmentado. Este post!

O dia foi ótimo. Estou bem contente. Todas as expectativas sobre o possível trabalho não foram suficientes para o que realmente encontrei. É sempre muito bom lidar com gente simpática, divertida e bem-humorada. Estava com saudes disso em um ambiente profissional, já que nos últimos tempos eu só tenho engolido vários e vários pepinos muito desagradáveis... Afe! Não sei se agradeço ou reclamo pelo fato de evitar falar detalhadamente sobre minha profissão aqui... Se, por um lado, poderia desabafar e dividir algumas inquietudes, por outro, acredito que as pessoas achariam bem chato o poço de lamentações que acabaria sendo inevitavelmente construído.

Ai, mudando de assunto...

O maneiro de uma complementação na renda seria a possibilidade de me endividar mais em coisas super-nerds e necessárias para a sobrevivência, como comprar o atual objeto de desejo: Uma multifuncional da HP!

Devanear é bom!!!!

Claro que seria algo em dez vezes sem juros nas Casas Bahia, né? Por que eu sou pobre meRmo e sem preconceito, viu? ;-)

(Gostaram do sotaque carioca? Hein? Hein?)

E estava conversando com um colega que me deu carona... Eu ando a fim de ganhar dinheiro... E talvez, para tanto, realmente precise de um carro. Sabe como é... um bico em Botafogo, outro na Barra, uma oportunidade bacana na Taquara... Será que no fim do ano tomo coragem e entro em mais essa furada?

O saco é perceber que eu ando fodido só por causa de um PC... Já imaginou com as despesas de uma charanga?????

Dizem que o seguro para pessoas como eu é caríssimo: Homem, solteiro, 26 anos, morador do Rio de Janeiro. Esses fatores resultam em desastre muito provável, de acordo com estatísticas.

Será que, se eu falar pra eles que sou viado, isso não muda em nada? Recuso-me a acreditar que sejamos tão barbeiros quanto os heteros. Afinal, não estamos muito a fim de impressionar as meninas com comportamentos considerados "másculos", como encher a cara e aderir às altas velocidades...

Tem uma certa lógica esse reciocínio, não acham?

Ou não?

Bom, falei demais sobre um bando de besteiras nada-a-ver... Vou fechar isso aqui dizendo que não houve encontro nenhum por motivos técnicos. É sério! Vamos deixar a comemoração para depois mesmo...

Ao som de Expectations, do Belle and Sebastian, né? E vocês tinham alguma dúvida?

PS: É muito desagradável pensar em qualquer coisa com meu pai e meu irmão gritando, pulando e xingando por causa de um jogo de futebol...

terça-feira, 15 de junho de 2004

Previsões



Hoje você está muito animado, esbanjando energia como o Sol, que transita pelo seu signo. Está sentado no trono, como lhe convém, mostrando as pessoas qual o estado de espírito adequado para usufruir as melhores coisas da vida: o de profunda confiança na vida e em si mesmo.

Fonte: O Globo

UAU! Sentado no trono! Tudo!! Mas, não poderia ser assim amanhã, dia em que terei uma oportunidade de arranjar, quem sabe, mais um emprego? Hoje passei o dia trancado em casa... Não esbanjei nada pra ninguém. Só saí há pouco pra comprar Opti-free e tirar dinheiro do branco para trabajar...

Ah, talvez à noitinha eu tenha um encontro também... :-) Quem sabe já não servirá para comemorar o meu possível sucesso?

Agora eu vou embora porque eu tenho que fazer uns trabalhos e que estudar também...

domingo, 13 de junho de 2004

Sobre Cazuza

Estou muito cansado. É que ontem fiquei preparando coisas de trabalho e só acabei por volta de uma da manhã. Daí, para quem acorda às 4h45min todas as segundas, não é de se espantar que eu esteja um bagaço por completo.

Por tal razão, ao terminar o expediente no início da tarde, tive a idéia de assistir ao Cazuza. O problema era arranjar companhia. Ninguém queria ou poderia ir junto comigo. Bom, nunca mais convido quem quer que seja do trabalho... Dêem só uma olhada nas respostas que recebi:

"Cinema em plena segunda?! Você não tem nada pra fazer, não, ô inútil?!"

"Ai, não poderei porque eu vou com o meu namorado e se ele fica sabendo que eu fui antes, vai ser o maior estresse."

Humpf. Sinceramente! Nessas horas é que gosto de estar encalhado. Pelo menos não me imagino em um relacionamento em que eu deixe de fazer coisas legais com os amigos por esse tipo de coisa. Sou geminiano, pô! Preciso de uma certa liberdade! Mas, sei lá, né? Vai entender.

Daí que a carona de sempre me deixou no Via Parque (Que está com uma promoção ótima... Cara, paguei três reais na entrada porque sou estudante!) com a seguinte recomendação:

"Não me conta o final."

Só depois, porque também sou meio lerdo, é que fui me dar conta e pensar:

"COMO ASSIM NÃO CONTAR O FINAL?!"

Sem comentários.

O filme não atendeu aos meus anseios. Pensei que seria melhor... Não é de todo péssimo, mas achei o Cazuza deles caricatural demais... E não deveria ser assim. Ainda mais se levarmos em conta que a obra é inspirada no livro Só as mães são felizes, que mostra bem a fundo a personalidade agridoce do cantor, mesmo sendo muito mal escrito...



Mas valeu pelo saudosismo. Sinceramente, acho que as pessoas não falam o suficiente da música do cara... E é tão boa! Ele cantava bem demais e conseguia passar muita emoção. Eu, pelo menos, choro quase sempre que o ouço cantando Quase um segundo , do Herbert Vianna. Tá, mas aí tem até um certo contexto... Vem de um trecho do livro do Caio que, sempre que leio, também acaba comigo, o Onde andará Dulce Veiga? . Vou citar aqui o trecho que se refere à tal música:

O motorista japonês tentou puxar conversa, mas respondi com um grunhido, ele desistiu depois de comentar que ia cair a maior água. Afastei o banco para trás, estendi as pernas, abri mais o vidro. Ele ligou o rádio, rezei para que não sintonizasse num daqueles programas com descrições hiper-realistas de velhinhas estupradas, vermes dentro de sanduíches, chacinas em orfanatos. De repente a voz rouca de Cazuza começou a cantar. Vai trocar de estação, tive certeza, mas ele não trocou. Isso me fez gostar um pouco dele, tão oriental, talvez budista, e pedi que aumentasse por favor o volume, deitei a cabeça no encosto de plástico pegajoso e por quase um segundo, muito rapidamente, enquanto o carro rastejava pelo trânsito difícil , sobre o asfalto em brasa (...) fechei os olhos, o vento soprava na minha cara, secando o suor, e por quase um segundo, outra vez, como quem de repente suspira ou pisca e segue em frente, veloz feito uma mariposa que cruza subitamente o ar das noites de verão, à procura de luz acesa para girar em torno, como quem apaga ou acende uma dessas luzes para perceber no quarto vazio apenas a vibração do bater de asas que restou no ar, não o inseto que já foi embora, no fundo turvo do pensamento, eu queria ver no escuro do mundo, sem querer nem provocar ou conduzir, por quase um segundo, finalmente, dentro do táxi que descia em direção ao Ibirapuera, lembrei então de Pedro.( ABREU, Caio Fernando. Onde andará Dulce Veiga?: um romance B. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p. 22.)



Acho isso aí algo muito bem escrito. Os que tiveram paciência de ler concordam comigo? Agora, eu quero ver é se vocês conseguem entender por que razão o trecho se refere à música que inspirou a temática do meu antigo blog:

QUASE UM SEGUNDO
(Herbert Vianna)

Eu queria ver
No escuro do mundo
Onde está o que você quer
Pra me transformar
No que te agrada
No que me faça ver
Quais são as cores
E as coisas
Pra te prender
Eu tive um sonho ruim
E acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você
Ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?
Às vezes te odeio
Por quase um segundo
Depois te amo mais
Teus pelos
Teu gosto
Teu rosto
Tudo
Que não me deixa em paz


Essa letra é tudo, não é?

Ah, estou super disposto a escrever, escrever e escrever mais coisas sobre mim e sobre hoje, mas acho que já abusei do direito de fazer posts grandes... Por isso, fico por aqui. Amanhã estou de volta.

Alguma verborragia

Bom, não tive grana pra ir a São Paulo no feriado. Acabei ficando em casa com o intuito muito nobre de economizar. Sabe como é, né? Ainda falta muito tempo pro mês acabar e estou meio duríssimo.

Daí que me restringi a não sair e procurar ocupações e/ou distrações por aqui mesmo. Uma delas foi fazer uma pequena maratona do Senhor dos Anéis... Eu tinha pensado: já que estou meio fudido, vou ficar logo fudido por inteiro e meti O retorno do rei no cartão de crédito. Ah, não tinha a menor graça ter a trilogia incompleta, né? (será que não vão mesmo lançar as versões extendidas aqui no Brasil???)







Daí que aconteceu o de sempre: chorei pacas! Dificilmente cenas de guerra me interessam... Mas, nesses filmes, elas simplesmente me emocionam! Como pode?

E também durante o feriado me dei conta de que não estou vinculado afetivamente a ninguém. Deixe-me explicar... Dificilmente me apaixono, nunca amei, sempre estou platonicamente interessado em algum carinha... E quando estou ligado a alguém, dificilmente eu me comporto de maneira diferente da do eu-lírico dessa música do Belle and Sebastian:

It's safer not to look around
I can't hide my feelings from you now
There's too much love to go around these days


A música se chama There's too much love e é do disco Fold your hands child, you walk like a peasant



Hum, mas relendo o que acabo de escrever, percebo que entro em contradição comigo mesmo porque tenho certeza de que encontrei o homem da minha vida, o FARAMIR!!!!



Houve outras coisas que resolvi fazer, como organizar calças, camisas, bolsas, sapatos e tênis... Posso dizer que tudo isso está impecável em meu guarda-roupa. Coisa rara.

Ah, e ainda teve o momento nostalgia! Eu estou recuperando algumas coisas do conteúdo do meu antigo blog, que era meio down e dentro do armário, mas que, mesmo assim, deu-me bastante satisfação! Eu gostava tanto da antiga escuridão!!! Interessante é perceber o quanto mudei de lá pra cá. E só foram oito meses!!!!! Quem sabe algum dia eu não deixo ele ativo de novo?



É isso. Fui!

quinta-feira, 10 de junho de 2004

Eu X Cigarro

Sim, pisar no cocô pode acabar com o dia deste que vos fala, ônibus cheio é estressante, mulheres com medo de ficarem despenteadas e que fecham as janelas dos referidos meios de transporte são umas cretinas e não ser compreendido me frustra incrivelmente. Mas não há nada, eu eu digo NADA nesse mundo que me deixe em pior estado do que uma fumaça de cigarro vinda na direção das minhas narinas!

Não me chamem de preconceituoso, mas quem conhece bem o blogueiro responsável por esse texto sabe que, se dependesse de mim, o fumo seria uma atividade ilegal e praticá-la seria motivo suficiente para uma prisão perpétua ou algo do tipo.



Imaginem-se como uma pessoa atingida pelas "ites" da vida: bronquite, rinite, sinusite, putaqueparilsite, etc. Além disso, suponham que o estado natural do nariz acoplado a seus corpos seja o entupimento e a coriza... Será que nem assim consegue entender o meu mau-humor para com os praticantes do vício maldito???????

Lembro o pior dia da minha vida: voava do Rio para Manaus na época em que morava lá. Havia preparado tudo para uma boa viagem: separado o casaco, comprado chicletes para aqueles desconfortos causados pela pressão nos ouvidos, colocado um exemplar de Memórias de um Sargento de Milícias no bolso, uma das leituras obrigatórias para o segundo período do curso de Letras... Eu ia naquela cadeira do meio e as coisas pareciam perfeitas até que, de repente, ouvi um barulhinho para o qual não dei muita importância (afinal, não sou muito ligado a detalhes), mas que destruiu os planos de tranquilidade, pois, quase imediatamente ao referido som, os dois companheiros de viagem estabeleceram o seguinte diálogo:

"Putz, graças a Deus! Não aguentava mais esperar!"

"Nem eu, cara, nem eu."

Tais falas não fizeram muito sentido até que os malditos acenderam os cigarros e FUMARAM, FUMARAM, FUMARAM até o fim da viagem...

OH, QUE MARTÍRIO!!!!

Dad, meu querido, tinha-se esquecido de me encaixar na área dos não praticantes daquela indecência!

Tenho pesadelos até hoje por causa desse fatídico dia. Ainda bem que a atividade criminosa é proibida hoje em dia em vôos!

VIVA! VIVA! VIVA!

Claro, existem os amigos sem-noção que, conversando comigo, jogam os gases pluentes direto em minha face. Para esses, eu largo um passafora, fazendo muita força para não desejar-lhes um caso incurável de efisema pulmonar. Só porque eu sou bonzinho...

O mundo não seria bem melhor sem tal prática? Atire a primeira pedra quem não concorde comigo, por favor.

terça-feira, 8 de junho de 2004

Papo de Nerds sonhando com a Mega-Sena

Domingo à tarde, conversando com o Nando no ICQ:

Nando: Não foi você que ganhou a Mega-Sena, não???

Eu: Não. Meu pai acertou a quadra: ganhou 170 paus.

Nando: Só? O cara daqui acertou a quadra no concurso anterior e tirou 7 mil.

Eu: É. Só. Um saco... Se bem que ninguém me dá 170 Reais assim de graça, né?

Nando: Mas eu odeio esse carioca que ganhou essa porra sozinho e me fez gastar 15 pratas à toa.

Eu: (risos) O que você faria com essa grana?

Nando: Velho, não sei... Sinceramente, estava pensando... Ao receber a notícia, acho que ficaria horas paralizado bolando um meio de sumir e de ninguém saber que eu seria o ganhador. Como faz pra retirar o prêmio? Vai na Caixa e diz: "Opa! Ganhei 45 milhões, manda pra cá!?"

Eu: Sei lá... E se você perde o bilhete ou algo assim, já imaginou?
Acho que compraria um Imac logo de cara. (risos)

O NERD!!!!!




Nando: Eu estava puto ontem antes de saber o resultado porque eu coloquei os bilhetes na carteira e rasquei as beradinhas de todos... Eu acho que eu compraria um MAC, um I-POD, acho que eu compraria a APPLE (risos). Imagina a sensação de chegar numa loja Apple e pedir: "Manda aí um G5 completo", aí o cara: "São R$ 20.000,00! Como vai pagar?" "Em dinheiro e à vista, oras..."



Eu: (risos) Putz, seria o dia mais feliz da minha vida! Você já usou algum? Não tenho a menor idéia de como seja... Será que é muito diferente de um ambiente Windows?

Nando: Sim! Já mexi no I-MAC dele.... Posso dizer que até o cheiro é diferente... É lindo.... Quase gozei! É tudo diferente... Ele usava o MAC OS, mas não sei que versão.... É tudo mais fácil, mais rápido e ele disse que o computador tinha 4 anos, ficou um mês ligado direto e não travou.... E estamos falando de um I-MAC - um notebook... Que bateria fodaça, hein!???

Eu: Caralho!!!!!!!! Se bem que esse Windows XP não tá travando no meu pc, não... No teu ele funciona maneiro?

Nando: Também nunca travou comigo.... Tenho que confessar... Ele (o professor) falou que a única coisa que não é 100% perfeita no MAC é o Internet Explorer...

Eu: Why?

Nando: Por que o MAC usa o I.E. como navegador padrão... I.E. é Microsoft, aí já sabe, né...???

Eu: (risos)

Nando: Ele dizia que o MAC dele respirava!!! É lindo e eu me emociono ao lembrar disso. (risos) Vou dar uma saidinha e volto mais tarde.... Valeu!

Eu: Valeu!

E continuo aqui sonhando com os produtos da Apple. Espero que o ganhador gaste o dinheiro dele tão bem quanto eu imagino que o faria... Humpf.

domingo, 6 de junho de 2004

A neurose está passando?

Eu não sou perfeito, e nem exijo isso de mim. Só que às vezes faço umas merdas federais e fico mal: fudidaço com a minha consciência. Então ontem, depois de mais uma das minhas, deu-me uma vontade enorme de responder à mensagem que ele mandou na sexta e que ficou no vácuo por pura pirraça (como sou bobo):

Fala, sumido da voz linda. Como você está? Mande notícias, beijos.

Estava com raiva porque havia quase uma semana que ele não entrava em contato. E se tem uma coisa que aprendi, mesmo não gostando muito da lição, é que não é legal ser sempre o único a procurar...

Talvez tenha sido por essa minha infantilidade que eu tenha cometido a besteira. Sou patético.

Mas nos encontramos e foi bom. Muito bom.

Não sei no que vai dar, por isso vou curtir. Nem sempre encontro alguém que se entende comigo na cama, no papo, nas idéias. E me acha especial.

Quando será que EU vou conseguir me achar especial?

O bom é que não sou mais tão inseguro quanto antes... Ao ponto de ligar desesperado para ouvir a voz dele, ou de ir todo dia à sua casa pra marcar presença. A minha fase "pessoa sufocante" acabou, creio. Hoje sei tanto a hora de entrar em contato quanto a de sair pela culatra. Será que finalmente estou aprendendo a lição?

Espero que sim.

Talvez eu dê uma retrocedida no tempo no próximo post. Acho que está na hora de revisitar alguns fantasmas...

Ah, já ia me esquecendo! Façam o meu Friend Test, por favor!

quinta-feira, 3 de junho de 2004

A Call é uma graça

De certa forma, ela foi um pouco a minha Musa inspiradora na época em que comecei a escrever o primeiro blog. Não, não estou falando da Musa do Verão... Refiro-me à Calliantéia, amiga blogueira querida.

Eu disse tudo isso a ela pessoalmente anteontem, quando finalmente tivemos algum contato "real". Falei mais um monte de coisas que eu não colocava pra fora há um tempão, basicamente por vergonha. E a Call me pareceu ser uma pessoa que faz com que a gente se sinta à vontade logo de cara, sem muito trabalho.

E foi bacana passar a tarde juntos... Fomos à Livraria da Travessa e claro que fiquei lendo para minha vítima trechos do livro de cartas do Caio Fernando Abreu, porque eu sou O chato... Também lá, ela encontrou o primeiro CD da Ana Carolina. Ficou feliz da vida e comprou, o que foi ótimo porque, quando o korn ficou sabendo que ela estava no Rio e que a gente ia sair pra passear, logo falou:

Leve-a para a Vista Chinesa, arranje um walkman e põe nele músicas da Ana Carolina. Vai ser legal.

Não consegui ir aonde ele sugeriu por dois motivos: 1) não sei andar direito na cidade, logo nem imaginava o caminho e 2) ela provavelmente não poderia se afastar muito do Centro, onde estava acontecendo o congresso a que ela foi assistir.

Por isso, ficamos andando por Ipanema-Leblon e acabamos no mirante. Lá, pedi pra deitar no colo dela e segui à risca a outra parte da idéia do meu amigo no que se refere à nossa trilha sonora. Foi uma delícia. E gostaria de deixar registrado que não sou uma pessoa muito carinhosa, não. Especialmente assim, de cara...

Na volta, ficamos conversando mais um monte de coisas... Daí, resolvemos cantar baixinho umas músicas do O último solo, do Renato Russo:

HEY, THAT'S NO WAY TO SAY GOODBYE
Leonard Cohen

I loved you in the morning, our kisses deep and warm,
your hair upon the pillow like a sleepy golden storm,
yes, many loved before us, I know that we are not new,
in city and in forest they smiled like me and you,
but now it's come to distances and both of us must try,
your eyes are soft with sorrow,
Hey, that's no way to say goodbye.

I'm not looking for another as I wander in my time,
walk me to the corner, our steps will always rhyme
you know my love goes with you as your love stays with me,
it's just the way it changes, like the shoreline and the sea,
but let's not talk of love or chains and things we can't untie,
your eyes are soft with sorrow,
Hey, that's no way to say goodbye.

I loved you in the morning, our kisses deep and warm,
your hair upon the pillow like a sleepy golden storm,
yes many loved before us, I know that we are not new,
in city and in forest they smiled like me and you,
but let's not talk of love or chains and things we can't untie,
your eyes are soft with sorrow,
Hey, that's no way to say goodbye.




O que mais tenho a dizer?

EU QUERO CONHECER TODOS OS MEUS AMIGOS VIRTUAIS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Está sendo tão legal dar forma física a esses companheiros cibernéticos.

:-)

É isso.